General golpista ganha presidenciais no Gabão com 90% dos votos
Libreville, Gabão – O general Brice Oligui Nguema, líder do golpe de Estado que derrubou o presidente Ali Bongo Ondimba em 30 de agosto, foi declarado vencedor das eleições presidenciais no Gabão com 90% dos votos, segundo anunciou a comissão eleitoral do país na quarta-feira (7). A vitória esmagadora, anunciada após um processo eleitoral amplamente contestado pela comunidade internacional, consolida o poder do general após a tomada de controle do governo.
A comissão eleitoral gabonesa declarou Nguema vencedor com uma margem expressiva, superando os outros nove candidatos. Os resultados oficiais apontam para uma vitória avassaladora, com 90,52% dos votos, enquanto o segundo colocado, Albert Ondo Ossa, obteve apenas 10,07%. A participação estimada nas eleições foi de 58,69%. Os números, divulgados em meio a protestos e à crescente tensão política, geraram reações imediatas de entidades internacionais que questionam a legitimidade do processo.
A eleição, realizada em meio a um clima de incerteza e com restrições de comunicação impostas após o golpe, foi marcada por fortes críticas. Observadores internacionais não foram autorizados a monitorar o processo eleitoral, alimentando suspeitas de manipulação dos resultados. A rapidez na divulgação dos resultados, logo após o término da votação, também reforça as preocupações de irregularidades. A oposição, representada por Albert Ondo Ossa, já havia denunciado fraudes eleitorais antes mesmo da divulgação dos resultados oficiais.
A vitória de Nguema fortalece a posição dos militares no poder e configura uma nova realidade política no Gabão, um país rico em recursos naturais, mas historicamente marcado por instabilidade política. A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos, com receios sobre o futuro do país e a possibilidade de uma maior instabilidade na região. A União Africana e outras organizações internacionais já manifestaram sua preocupação com o cenário político no Gabão e condenaram o golpe militar. O impacto da declaração dos resultados nas relações diplomáticas internacionais permanece incerto. O futuro do Gabão sob o comando do general Nguema permanece nebuloso e repleto de incertezas.