Galípolo diz que Selic pode ficar em nível alto por ‘mais tempo’



– O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galipolo, sinalizou nesta segunda-feira (28) a possibilidade de a taxa Selic permanecer em patamar elevado por um período mais extenso do que o inicialmente previsto. Em entrevista, Galipolo afirmou que a decisão sobre a manutenção ou redução da taxa de juros dependerá da evolução da inflação e da trajetória de convergência para a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A declaração gera incertezas no mercado financeiro, que aguardava sinais mais claros sobre um eventual corte da taxa básica de juros nos próximos meses.

A atual taxa Selic se encontra em 13,75% ao ano. Galipolo destacou a importância de a inflação seguir a trajetória de queda esperada pelo governo para que se possa considerar uma redução na taxa. Ele ponderou que, apesar dos indicadores recentes mostrarem uma desaceleração da inflação, ainda há cautela por parte do governo em relação à sua persistência. A preocupação reside na possibilidade de a inflação persistir em níveis acima do desejado, o que demandaria uma manutenção da Selic em patamar alto para conter o aumento de preços.

O secretário executivo reforçou a necessidade de consolidar a queda da inflação antes de qualquer decisão sobre cortes na Selic. Ele enfatizou que o governo e o Banco Central estão trabalhando em conjunto para garantir a estabilidade de preços, buscando um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico. A declaração de Galipolo sugere uma postura mais conservadora em relação à política monetária, priorizando a estabilidade de preços em detrimento de um eventual impulso à atividade econômica através da redução da taxa de juros.

Para o mercado, a declaração representa uma mudança de tom em relação às expectativas anteriores. Analistas acreditavam que uma redução na Selic poderia ocorrer em breve, impulsionando o crescimento econômico. A sinalização de Galipolo, no entanto, indica que a prioridade continua sendo o controle da inflação, mesmo que isso implique em manter a taxa de juros em nível elevado por um tempo prolongado, impactando diretamente o custo do crédito e os investimentos no país. A incerteza gerada pela declaração deve impactar as projeções de crescimento econômico para os próximos meses.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *