‘Franceses não apitam mais nada’, diz Lula sobre acordo Mercosul-UE
Brasília, 18 de julho de 2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta terça-feira (18) que a resistência francesa ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está enfraquecendo. Em entrevista coletiva após reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron, Lula afirmou, usando uma expressão coloquial, que os franceses “não apitam mais nada” em relação ao acordo. A declaração surge em um contexto de negociações prolongadas e complexas, marcadas por divergências em temas como meio ambiente e agricultura.
A resistência francesa, liderada pelo presidente Macron, sempre foi um dos principais obstáculos à conclusão do acordo, assinado em 2019. Macron vinha expressando preocupações com o impacto ambiental do acordo, especialmente no que diz respeito à produção agropecuária brasileira, e com a concorrência desleal que os produtos agrícolas brasileiros poderiam representar para os produtores europeus. A pressão francesa para a inclusão de cláusulas mais rigorosas de proteção ambiental e de respeito aos direitos humanos no acordo foi um ponto central de tensão nas negociações.
Apesar da declaração otimista de Lula, a ratificação do acordo ainda não é garantida. O texto final do acordo, que inclui mais de 1.000 páginas, precisa ser aprovado pelos parlamentos de todos os países membros da UE e do Mercosul. A aprovação no Parlamento Europeu é considerada a etapa mais desafiadora, dada a diversidade de interesses e posições políticas entre os seus membros.
Ainda que Lula afirme que a resistência francesa diminuiu, o processo de aprovação permanece complexo e incerto. A declaração do presidente brasileiro, portanto, deve ser vista com cautela, representando um sinal positivo, mas não uma garantia de aprovação imediata. O próximo passo crucial será observar como a França se posicionará durante os processos de ratificação dentro da UE. A expectativa é de que as próximas semanas e meses sejam decisivos para o futuro do acordo comercial entre Mercosul e UE.
A declaração de Lula indica um possível avanço nas negociações, mas a trajetória até a efetivação do acordo continua repleta de desafios e incertezas. A observação atenta do desenrolar do processo de aprovação nos parlamentos da UE será fundamental para avaliar o impacto real da declaração do presidente brasileiro.