França diz que acordo UE-Mercosul não será assinado no G20
Acordo UE-Mercosul: França trava assinatura em reunião do G20
– A assinatura do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, aguardada com expectativa por diversos países, sofreu um revés significativo durante a cúpula do G20, em Buenos Aires. A França, um dos principais membros da UE, anunciou que não assinará o acordo na ocasião, alegando que o bloco sul-americano precisa apresentar compromissos mais fortes em relação à proteção ambiental e aos direitos humanos.
A declaração francesa foi feita pelo ministro das Finanças, Bruno Le Maire, em entrevista à imprensa. “O Mercosul precisa fazer mais para garantir a proteção do meio ambiente e dos direitos humanos. O acordo, na sua forma atual, não atende às nossas expectativas”, afirmou o ministro.
O anúncio da França causou surpresa e frustração entre os líderes do Mercosul, que esperavam a assinatura do acordo como um marco histórico na relação comercial entre os dois blocos. O acordo, negociado por mais de 20 anos, prevê a redução ou eliminação de tarifas para uma ampla gama de produtos comercializados entre os dois blocos, o que poderia gerar um aumento significativo no comércio bilateral.
A posição da França, no entanto, não é compartilhada por todos os países da UE. Alemanha e Espanha, por exemplo, demonstraram interesse em finalizar o acordo, e pressionam para que a assinatura ocorra o mais breve possível.
O impasse criado pela França coloca em risco a assinatura do acordo no curto prazo. O Mercosul terá que apresentar propostas concretas para atender às exigências francesas, caso contrário, o acordo poderá ser adiado indefinidamente.
A decisão da França reacende o debate sobre a importância da sustentabilidade e dos direitos humanos nas relações comerciais internacionais. O caso do acordo UE-Mercosul serve como um exemplo de como questões de ordem global podem impactar as negociações comerciais, e como a pressão da opinião pública e das organizações de defesa dos direitos humanos podem influenciar a tomada de decisões políticas.