Flávio Bolsonaro sai em defesa de militares presos pela PF e diz que ‘pensar em matar não é crime’



Flávio Bolsonaro defende militares presos pela PF e minimiza ameaças de morte

Brasília, 14 de agosto de 2023 – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa dos militares presos pela Polícia Federal (PF) em operações que investigam os atos golpistas de 8 de janeiro. Em declarações que geraram polêmica, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro minimizou a gravidade das ameaças de morte encontradas durante as investigações, afirmando que “pensar em matar não é crime”.

A declaração foi feita em meio à repercussão das prisões de militares envolvidos em atos antidemocráticos. As operações da PF, realizadas em diversos estados, visam apurar a participação de militares na organização e execução dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. As investigações revelaram a existência de grupos de militares que planejavam ações violentas, incluindo ameaças de morte a autoridades e a integrantes de outros poderes. Entre os materiais apreendidos estão mensagens com teor golpista e incitação à violência.

Flávio Bolsonaro, em suas declarações, questionou a legalidade das prisões e o rigor das investigações. Ele não se limitou a defender os militares presos, mas também procurou desqualificar a gravidade dos crimes investigados, argumentando que o simples ato de pensar em matar alguém não configura crime. Essa afirmação, contudo, ignora a legislação brasileira que tipifica diversos crimes relacionados à ameaça, incitação e planejamento de atos violentos, mesmo que não haja consumação do ato em si.

A postura do senador gerou críticas imediatas de diversos setores da sociedade. Especialistas em direito penal apontaram a gravidade das declarações de Flávio Bolsonaro, enfatizando a importância da responsabilização dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, independente de sua patente ou cargo. A defesa dos militares presos por parte do senador também foi interpretada como mais um sinal de polarização política no país e de tentativa de blindagem de indivíduos envolvidos em atos antidemocráticos.

A repercussão da fala de Flávio Bolsonaro certamente irá intensificar o debate sobre a responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e a necessidade de se garantir o cumprimento da lei, independente de posicionamentos políticos ou hierarquias militares. A investigação da PF continua e novas prisões e revelações são esperadas. O episódio destaca, mais uma vez, a fragilidade institucional e a polarização política que o Brasil enfrenta após a transição de governo.

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