Família diz que filho autista sofreu capacitismo e foi chamado de ‘fardo’ em curso de medicina da UEMG

Família acusa capacitismo e alega que filho autista foi chamado de “fardo” em curso de Medicina da UEMG
– A família de um estudante autista de 21 anos acusa a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), campus de Itajubá, de capacitismo. Segundo relatos da mãe, o jovem, que cursa Medicina, teria sido chamado de “fardo” por um professor durante uma aula. A situação gerou indignação e motivou a abertura de um processo administrativo na universidade para apurar as denúncias.
De acordo com a mãe do estudante, o episódio ocorreu durante uma aula de Anatomia, na qual o professor teria feito comentários depreciativos sobre a presença do filho no curso, alegando que ele representaria um peso para a turma. A família, que não teve o nome divulgado pela reportagem do G1, afirma que o jovem apresenta dificuldades de aprendizagem decorrentes do autismo, mas que possui capacidade intelectual e demonstra comprometimento com os estudos. A mãe relatou ainda que, apesar das dificuldades inerentes à sua condição, o filho busca suporte e acompanhamento para superar os desafios da graduação.
O caso veio à tona após a mãe registrar uma reclamação formal junto à UEMG. A universidade confirmou a abertura de um processo administrativo para apurar os fatos e averiguar se houve violação dos direitos do estudante. A UEMG informou que está adotando as medidas cabíveis para garantir a apuração isenta e justa dos fatos, e que se compromete em assegurar um ambiente de ensino inclusivo e respeitoso a todos os seus alunos. No entanto, detalhes sobre o andamento da investigação e possíveis sanções ao professor ainda não foram divulgados.
A família busca, além da apuração das responsabilidades, medidas que garantam a inclusão do jovem no curso e que impeçam a repetição de situações semelhantes. A mãe do estudante reforça a necessidade de conscientização sobre o autismo e a importância de um ambiente acadêmico livre de preconceitos e capacitismo. A repercussão do caso evidencia a urgência de políticas de inclusão mais eficazes nas instituições de ensino superior, garantindo que estudantes com deficiência tenham acesso igualitário à educação e sejam tratados com dignidade e respeito.
A conclusão do processo administrativo pela UEMG e as medidas tomadas pela instituição serão acompanhadas de perto, não apenas pela família do estudante, mas também por toda a comunidade que defende a inclusão e o combate ao capacitismo no ambiente acadêmico. A expectativa é que o caso sirva como alerta para a necessidade de capacitação de professores e funcionários para lidar com a diversidade e as necessidades específicas de cada aluno, construindo um ambiente universitário verdadeiramente inclusivo.