Ex-diretora do Ministério da Justiça diz que Anderson Torres tentou impedir trânsito de eleitores em 2022
Brasília, 27 de fevereiro de 2024 – A ex-diretora do Departamento de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Denisse Rocha, acusa o ex-ministro Anderson Torres de ter tentado impedir o trânsito de eleitores durante as eleições de 2022. A denúncia foi revelada pelo site The Intercept Brasil, que teve acesso a mensagens trocadas entre Denisse e outros agentes. As declarações geram novas controvérsias sobre a atuação do ex-ministro durante o período eleitoral e reforçam as investigações sobre sua possível participação em atos antidemocráticos.
Segundo a reportagem, as mensagens mostram que Denisse alertou Torres sobre a possibilidade de uso de informações falsas para justificar a restrição de locomoção dos eleitores. Ela relatou a intenção de Torres de utilizar dados falsos de inteligência para restringir o direito de ir e vir do eleitorado, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, alegando risco de violência e desordem. A ex-diretora afirma que a intenção era prejudicar o resultado das eleições, sem apresentar provas concretas para justificar tais medidas. O plano, segundo Denisse, teria sido apresentado em reuniões internas do Ministério da Justiça.
As mensagens reveladas demonstram uma preocupação por parte de Denisse com a possibilidade de Torres agir ilegalmente, violando os direitos constitucionais dos eleitores. Ela relatou o desconforto com as ordens de Torres e destacou a gravidade das ações propostas. As informações fornecidas pela ex-diretora corroboram outras denúncias que já apontam para uma possível tentativa de interferência no processo eleitoral por parte de integrantes do governo anterior.
As acusações apresentadas por Denisse Rocha agravam a situação jurídica de Anderson Torres, que já responde a inquéritos por suposta omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A revelação dessas mensagens pode trazer novos elementos para as investigações em curso e impactar significativamente o andamento dos processos judiciais contra o ex-ministro. A repercussão do caso é grande, exigindo apuração completa e transparente para elucidar os fatos e responsabilizar os envolvidos.
A defesa de Anderson Torres ainda não se manifestou publicamente sobre as novas acusações. A expectativa é de que novas informações venham à tona nos próximos dias, dando continuidade a uma investigação que promete trazer à luz detalhes importantes sobre os acontecimentos que antecederam e sucederam as eleições presidenciais de 2022. A investigação terá um papel crucial para a consolidação da democracia e para garantir que atos que possam ameaçar o processo eleitoral sejam devidamente apurados e punidos.