Ex-chefe da Aeronáutica relata pressão de Zambelli para aderir ao golpe
Ex-chefe da Aeronáutica relata pressão de Carla Zambelli para aderir ao golpe
– O general Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, revelou ter sofrido pressão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para aderir aos atos golpistas de 8 de janeiro. Em depoimento à Polícia Federal (PF), prestado em 27 de fevereiro, Baptista Júnior detalhou as tentativas de convencimento por parte da parlamentar, confirmando informações que já circulavam nos bastidores da política nacional.
Segundo o relato do general à PF, Zambelli o procurou insistentemente após os eventos de 8 de janeiro, buscando apoio para as ações que visavam a anulação do resultado das eleições presidenciais de 2022. A deputada teria tentado convencer Baptista Júnior a se juntar aos movimentos que pediam intervenção militar e a deslegitimação do governo eleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O general, no entanto, rejeitou as investidas, mantendo sua postura institucional e se recusando a participar de quaisquer atividades ilegais ou que pudessem comprometer a legitimidade das Forças Armadas.
Baptista Júnior, em seu depoimento, não forneceu detalhes específicos sobre a forma como a deputada o pressionou, nem sobre a quantidade de vezes em que foi procurado. A informação prestada à Polícia Federal se concentra na confirmação da existência das pressões exercidas por Zambelli e na recusa do general em atender aos apelos da parlamentar bolsonarista. O depoimento integra as investigações da PF sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, que resultaram em depredação de prédios públicos em Brasília.
A revelação do depoimento do general adiciona mais um capítulo à investigação sobre a participação de parlamentares e figuras influentes no planejamento e execução dos atos antidemocráticos. A postura de Baptista Júnior, ao resistir às pressões e se manter fiel à legalidade, contrasta com a atitude de outros militares que foram identificados como participantes ou apoiadores dos eventos de 8 de janeiro. O caso reforça a necessidade de apuração completa dos fatos e o combate a quaisquer tentativas de subversão da ordem democrática. A repercussão do depoimento, certamente, gerará novos desdobramentos na investigação, podendo levar à abertura de novos inquéritos e ao aprofundamento da investigação sobre a influência de políticos na tentativa de golpe de Estado.
A deputada Carla Zambelli ainda não se pronunciou publicamente sobre as declarações do general. A expectativa é que, em breve, a parlamentar apresente sua versão dos fatos e se defenda das acusações que lhe foram imputadas. O desenrolar dos fatos e as consequências deste depoimento para a investigação dos atos golpistas seguem em aberto, mantendo o caso no centro das atenções da opinião pública e do noticiário político nacional.