EUA se retirarão do Acordo de Paris e aumentarão a produção de hidrocarbonetos
– Quatro anos após anunciar sua intenção de abandonar o Acordo de Paris, os Estados Unidos formalizaram nesta quarta-feira, 4 de novembro, sua saída do tratado internacional que visa combater as mudanças climáticas. A decisão, tomada pela administração Trump, representa um duro golpe para os esforços globais de mitigação das emissões de gases de efeito estufa e coloca em xeque o futuro das negociações internacionais sobre o clima.
O anúncio da retirada, efetivado após o período de um ano previsto no acordo, foi feito pelo governo americano sem maiores explicações ou justificativas além daquelas já apresentadas anteriormente. Vale lembrar que, em 2017, o então presidente Donald Trump argumentou que o Acordo de Paris era prejudicial à economia americana, impondo restrições desnecessárias ao crescimento econômico e desfavorecendo os EUA em relação a outros países. Trump classificou o acordo como um “mau negócio” para os Estados Unidos.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabelece metas ambiciosas para a redução das emissões globais de gases de efeito estufa, com o objetivo de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, e buscando esforços para limitar o aumento a 1,5°C. A saída dos EUA, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, enfraquece significativamente a capacidade do acordo de alcançar suas metas.
Embora a administração Trump tenha se esforçado para reverter as políticas climáticas internas dos EUA, a decisão de se retirar do Acordo de Paris gerou reações negativas em diversas partes do mundo. Especialistas em clima e líderes internacionais expressaram sua preocupação com as implicações da decisão para o futuro do planeta, enfatizando a necessidade de uma ação global mais forte para enfrentar as mudanças climáticas. O impacto da saída americana também é questionado no contexto da corrida global por energias renováveis e investimentos em tecnologias de baixo carbono.
A retirada dos EUA do Acordo de Paris, contudo, não é definitiva. A próxima administração americana poderá optar por retornar ao acordo, um processo que demandaria tempo e esforços diplomáticos significativos. O futuro das políticas climáticas americanas e o engajamento do país nas negociações internacionais sobre o clima permanecem incertos, dependendo do resultado das eleições presidenciais de 2020 e das prioridades da nova administração.