EUA precisam do Brasil ou não? Veja dados de comércio e investimentos de empresas americanas no país



Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2025 – A relação comercial e de investimentos entre Brasil e Estados Unidos tem se intensificado nos últimos anos, levantando a questão: os EUA realmente precisam do Brasil? Um olhar aprofundado nos números revela uma dependência crescente da potência norte-americana em relação ao mercado e recursos brasileiros, especialmente em setores estratégicos.

O comércio bilateral entre os dois países atingiu um recorde histórico em 2022, somando US$ 141 bilhões. Apesar de uma leve queda em 2023 para US$ 133 bilhões, o volume negociado continua expressivo, demonstrando a força da interdependência econômica. Os EUA exportaram para o Brasil US$ 71 bilhões em bens e serviços em 2023, enquanto importaram US$ 62 bilhões. Este saldo comercial favorável ao Brasil representa um crescimento substancial em comparação com anos anteriores.

A presença de empresas americanas no Brasil também reflete a importância estratégica do país para a economia dos EUA. Cerca de 600 empresas americanas estão presentes no Brasil, empregando diretamente mais de 1,2 milhão de pessoas. O investimento direto americano no Brasil em 2022 atingiu US$ 16 bilhões, mostrando um comprometimento significativo com a economia brasileira. Esses investimentos são relevantes em setores como energia renovável, petróleo e gás, tecnologia da informação e comunicação, e manufatura. No entanto, o fluxo de Investimentos Diretos Estrangeiros (IDE) americano para o Brasil caiu 29% em 2023, totalizando US$ 11,5 bilhões, uma diminuição que requer atenção e análise mais aprofundada das causas.

Embora o ano de 2023 tenha registrado uma retração nos investimentos americanos, a magnitude do comércio bilateral e a forte presença de empresas americanas no Brasil demonstram uma relação econômica simbiótica. A dependência norte-americana em relação aos recursos e ao mercado brasileiro é clara, embora a dinâmica da relação possa sofrer oscilações em função de diversos fatores, como políticas econômicas internas de ambos os países e a conjuntura internacional. A análise dos dados indica que a relação bilateral é complexa e dinâmica, mas a importância estratégica do Brasil para os EUA permanece indiscutível. A queda nos investimentos em 2023 exige monitoramento constante e uma compreensão mais profunda das razões por trás dessa mudança de tendência. O futuro da parceria dependerá, em grande medida, da capacidade dos dois países de manter um ambiente favorável para o comércio e o investimento mútuo.

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