Estudante que perdeu Enem após ter documentos roubados a caminho do exame não consegue recurso para reaplicação
Brasília, 25 de novembro de 2024 – A jovem Ana Clara da Silva, de 18 anos, teve seus sonhos de ingressar no ensino superior frustrados após ser vítima de um roubo que a impediu de realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024. Apesar de ter registrado o boletim de ocorrência e apresentado todas as provas do ocorrido, seu pedido de reaplicação da prova foi negado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O caso destaca a fragilidade do sistema em lidar com situações imprevistas e a frustração de estudantes que, apesar de preparados, encontram obstáculos intransponíveis.
Ana Clara estava a caminho do local de prova em Brasília quando teve sua bolsa roubada, contendo todos os documentos necessários para a realização do exame, incluindo o comprovante de inscrição. O roubo ocorreu no dia 03 de novembro, data da primeira etapa do Enem. Imediatamente após o ocorrido, a estudante registrou um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) da capital federal, buscando comprovar a situação para o Inep. No entanto, mesmo com a documentação completa, incluindo o boletim de ocorrência, o Inep negou o seu pedido de reaplicação alegando que o regulamento do exame não prevê essa possibilidade em caso de roubo.
A jovem, que havia se preparado durante anos para o Enem, agora se vê sem perspectivas imediatas para o ingresso no ensino superior. “Me preparei a vida inteira para esse momento, e por causa de algo que está fora do meu controle, meu sonho foi destruído”, lamentou Ana Clara em entrevista. A falta de flexibilidade por parte do Inep gerou indignação e reacendeu o debate sobre a necessidade de mecanismos mais eficazes para lidar com situações excepcionais que impeçam os candidatos de realizarem a prova. A estudante e sua família buscam agora alternativas, mas a frustração e a incerteza sobre o futuro prevalecem.
A reportagem entrou em contato com o Inep para obter um posicionamento sobre o caso, mas até o momento da publicação desta notícia, não houve retorno. O episódio levanta questionamentos cruciais sobre a responsabilidade do órgão em garantir a isonomia e a oportunidade de acesso ao ensino superior para todos os candidatos, especialmente em situações excepcionais e fora do controle dos estudantes. A falta de uma solução para casos como o de Ana Clara reforça a necessidade de revisão das normas e procedimentos do Enem para garantir maior justiça e equidade no processo seletivo.