Escala 6×1: com 39 horas semanais, Brasil tem carga superior a EUA e Reino Unido, mas inferior a Índia e México, diz OIT
Brasil trabalha mais que EUA e Reino Unido, mas menos que Índia e México, aponta OIT
– O Brasil tem uma carga horária semanal média de 39 horas, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgados nesta quarta-feira (13). O número coloca o país acima dos Estados Unidos (34,4 horas) e do Reino Unido (32,6 horas), mas abaixo da Índia (42,7 horas) e do México (43,4 horas). A pesquisa, que analisou dados de 2022, destaca a diferença entre a jornada de trabalho no Brasil e em outros países, principalmente aqueles com sistemas de trabalho mais flexíveis.
A pesquisa da OIT também revelou que, em média, os brasileiros trabalham 6 dias por semana, com um sistema de escala 6×1. Esse modelo, comum no país, se destaca por ter um dia de folga por semana, mas exige que o trabalhador cumpra uma jornada de trabalho mais longa, com 12 horas de trabalho por dia.
Segundo a OIT, a carga horária brasileira é influenciada por diversos fatores, como a legislação trabalhista, a cultura organizacional e o mercado de trabalho. O Brasil tem uma legislação trabalhista considerada complexa, com diversas regras que regulamentam a jornada de trabalho, férias, licenças e outros direitos. Além disso, a cultura organizacional brasileira costuma valorizar a dedicação ao trabalho, o que pode levar os trabalhadores a se dedicarem a jornadas mais longas.
A pesquisa da OIT destaca que o Brasil precisa discutir a jornada de trabalho e buscar alternativas para promover um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. O estudo aponta que países com jornadas de trabalho mais curtas e flexíveis, como os Estados Unidos e o Reino Unido, têm apresentado maior produtividade e bem-estar dos trabalhadores.
A OIT recomenda que o Brasil promova o debate sobre a jornada de trabalho, buscando soluções que conciliem a necessidade de produtividade com a qualidade de vida dos trabalhadores. A organização defende a implementação de medidas como a flexibilização da jornada de trabalho, o trabalho remoto e o desenvolvimento de políticas públicas que promovam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.