Equipe econômica tenta promover cortes de despesas e equilibrar as contas, mas enfrenta resistências
Governo enfrenta obstáculos para conter gastos e equilibrar as contas públicas
– A equipe econômica do governo enfrenta forte resistência em seus esforços para promover cortes de despesas e equilibrar as contas públicas. Apesar da urgência em reduzir o déficit fiscal, que chegou a 5,3% do PIB no primeiro semestre de 2024, medidas como o congelamento de salários de servidores públicos e a revisão de programas sociais têm sido alvo de críticas e protestos.
Segundo o ministro da Economia, Fernando Haddad, a situação fiscal é “crítica” e exige medidas “urgentes e drásticas”. Ele argumenta que o país precisa reduzir o peso da dívida pública, que ultrapassa 80% do PIB, para garantir a estabilidade econômica e evitar uma crise financeira.
A proposta do governo inclui um corte de 10% no orçamento de diversos ministérios, incluindo Educação, Saúde e Cultura. A redução atingiria também os investimentos em infraestrutura, que seriam cortados em 15%.
No entanto, a medida tem sido duramente criticada por parlamentares da oposição e de partidos aliados ao governo. Eles argumentam que os cortes comprometeriam serviços essenciais e prejudicariam a recuperação econômica.
“É inaceitável que o governo priorize o ajuste fiscal em detrimento do bem-estar da população”, afirmou o deputado federal José Carlos (PT). “Os cortes nas áreas sociais e na infraestrutura terão impactos negativos diretos na vida dos brasileiros.”
Outro ponto polêmico é a proposta de congelar os salários dos servidores públicos por dois anos. O governo alega que a medida é necessária para conter o crescimento das despesas com pessoal, que representam cerca de 40% do orçamento federal.
No entanto, sindicatos de servidores já anunciaram protestos contra a medida. Eles argumentam que o congelamento salarial prejudicará o poder de compra dos trabalhadores e afetará a qualidade dos serviços públicos.
A equipe econômica também enfrenta resistência na tentativa de revisar programas sociais como o Bolsa Família. O governo pretende reduzir o valor do benefício e restringir o acesso ao programa, o que tem gerado apreensão entre os beneficiários.
A oposição argumenta que a revisão do Bolsa Família é um ataque aos mais pobres e que o governo deveria buscar outras formas de reduzir o déficit fiscal, como o combate à sonegação e a revisão de gastos com privilégios.
O governo reconhece as dificuldades, mas insiste na necessidade de medidas urgentes para evitar uma crise financeira. “Estamos trabalhando para encontrar um equilíbrio entre a necessidade de controlar as contas públicas e a proteção dos mais vulneráveis”, afirmou Haddad.
O impasse entre o governo e a oposição sobre o ajuste fiscal promete gerar debates acalorados nos próximos meses. A pressão sobre o governo para encontrar soluções que conciliem a necessidade de equilibrar as contas públicas com a proteção social será crescente.