Equatorianos vão às urnas no 2º turno em meio a estado de exceção e empate técnico entre candidatos

Quito, 15 de outubro de 2023 – O Equador vive um clima de tensão política neste domingo, dia do segundo turno das eleições presidenciais. A disputa entre Luisa González, do correísmo, e Daniel Noboa, da direita, está tecnicamente empatada, segundo as últimas pesquisas, e acontece sob a sombra de um estado de exceção decretado pelo governo interino após o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio em agosto. A incerteza sobre o resultado e a violência política que marcou a campanha presidencial preocupam a população e a comunidade internacional.
González, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, e Noboa, empresário de 35 anos, chegam ao segundo turno com percentuais muito próximos, refletindo a polarização política que domina o país. As pesquisas apontam um empate técnico, com variações dentro da margem de erro, impedindo uma previsão confiável do vencedor. A alta abstenção também é uma preocupação, considerando que o primeiro turno já registrou uma baixa participação.
O estado de exceção, em vigor em três províncias do país, incluindo Guayaquil, reflete a preocupação das autoridades com a violência e a insegurança. A medida, que concede poderes extraordinários às forças de segurança, visa garantir a ordem pública e a segurança do pleito eleitoral. Apesar disso, a campanha foi marcada por atos de violência e ameaças, demonstrando a fragilidade das instituições e o profundo mal-estar social que permeia o Equador.
A escolha entre González e Noboa representa uma bifurcação ideológica significativa para o país. A candidata correísta promete um retorno a políticas sociais e econômicas características do governo Correa, enquanto Noboa defende um modelo neoliberal, prometendo reformas econômicas e uma linha mais dura em segurança pública. A definição do próximo presidente equatoriano terá consequências importantes para o futuro do país, sobretudo em relação às políticas econômicas e de segurança.
O segundo turno das eleições presidenciais equatorianas se configura como um momento decisivo na história recente do país. O resultado, ainda incerto, definirá o rumo político e social do Equador nos próximos anos, em meio a um cenário de instabilidade política e violência crescente. A alta abstenção e a sombra do estado de exceção configuram um cenário de grande incerteza para o futuro próximo.