Enviar ao plenário o inquérito do golpe seria ‘excepcional’, diz Barroso



Encaminhar inquérito do golpe ao plenário seria “excepcional”, afirma Barroso

– O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou-se contra o envio do inquérito que investiga atos antidemocráticos ao plenário da Corte. Em entrevista à jornalista Vera Magalhães, na rádio Eldorado, Barroso classificou tal medida como “excepcional”, ressaltando a complexidade do caso e a possibilidade de prejuízos ao andamento da investigação.

A declaração de Barroso se deu em resposta à pressão de alguns setores que defendem a publicização do inquérito, alegando transparência e a necessidade de um julgamento colegiado. O ministro, porém, argumentou que a investigação, conduzida pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, já está em fase avançada e que sua transferência ao plenário poderia gerar atrasos significativos, além de possíveis vazamentos de informações e comprometimento das apurações.

Barroso destacou a necessidade de se preservar a segurança das investigações e a eficácia das medidas cautelares já tomadas. Ele reforçou a confiança no trabalho de Moraes, lembrando que a condução do inquérito tem sido pautada pela objetividade e respeito ao devido processo legal. A decisão de Moraes de manter o inquérito sob sua relatoria, segundo Barroso, é fundamentada na busca pela celeridade e eficiência na apuração dos fatos.

O ministro também ponderou que a transferência do inquérito para o plenário poderia abrir espaço para discussões políticas que, segundo ele, comprometeriam a imparcialidade do processo. Ele lembrou a sensibilidade política do assunto e a importância de se evitar qualquer tipo de influência externa que possa prejudicar a busca pela verdade.

A entrevista de Barroso acendeu o debate sobre a transparência e a celeridade na investigação dos atos antidemocráticos, reforçando a complexidade da questão e a divergência de opiniões dentro do próprio STF quanto à melhor estratégia para lidar com o caso. A declaração do ministro demonstra a preocupação com a possibilidade de impactos negativos na investigação caso o inquérito seja encaminhado ao plenário. O futuro do inquérito, portanto, permanece incerto, dependendo das decisões futuras do STF.

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