Entenda expedição científica que vai mapear DNA de espécies após tragédia ambiental no Rio Piracicaba



Expedição científica mapeará DNA de espécies afetadas por tragédia ambiental no Rio Piracicaba

Piracicaba, 26 de novembro de 2024 – Uma expedição científica sem precedentes será lançada para mapear o DNA das espécies afetadas pela tragédia ambiental ocorrida no Rio Piracicaba. A iniciativa, coordenada pela equipe do Laboratório de Genética da Conservação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), busca avaliar os danos causados ao ecossistema e subsidiar ações de recuperação. O trabalho, que terá início em dezembro, é crucial para entender a extensão dos impactos da contaminação e planejar estratégias eficazes de restauração da biodiversidade.

A tragédia ambiental, ocorrida em outubro, resultou em um significativo derramamento de resíduos industriais no rio, afetando gravemente a fauna e a flora da região. A extensão total da contaminação ainda está sendo investigada, mas os primeiros levantamentos apontam para um impacto devastador em diversos pontos do rio. A equipe da Unicamp coletará amostras de água e sedimentos, além de amostras biológicas de peixes, invertebrados e plantas, para análise do DNA ambiental (eDNA). Essa técnica permite a identificação de espécies presentes em um ambiente através de fragmentos de DNA encontrados na água e no solo, mesmo na ausência dos organismos vivos.

A análise do eDNA permitirá um monitoramento abrangente da biodiversidade e ajudará a identificar as espécies mais afetadas pela poluição. A expectativa é que o mapeamento genético forneça informações detalhadas sobre a diversidade genética das espécies antes e depois do desastre ambiental, permitindo a quantificação da perda de biodiversidade. O projeto prevê a comparação dos dados coletados com estudos anteriores sobre a composição genética da fauna e flora do Rio Piracicaba, para avaliar a magnitude dos danos causados. A equipe pretende também analisar a presença de genes relacionados à resistência à poluição em algumas espécies, o que poderá fornecer subsídios para estratégias de recuperação mais eficazes.

A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e conta com a colaboração de pesquisadores de outras instituições, como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O projeto tem duração prevista de dois anos e os resultados serão utilizados para subsidiar políticas públicas voltadas à recuperação ambiental do Rio Piracicaba e à preservação da sua biodiversidade. Os pesquisadores esperam que o estudo contribua significativamente para a compreensão dos impactos da poluição industrial em ecossistemas aquáticos e para o desenvolvimento de estratégias eficazes de conservação. A equipe enfatiza a importância da colaboração entre a comunidade científica, as autoridades e a sociedade civil para a recuperação do rio e para evitar novas tragédias ambientais.

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