Emissões de CO2 por combustíveis fósseis alcançam recorde sem limite à vista, indica estudo
Emissões de CO2 por combustíveis fósseis atingem novo recorde e futuro incerto preocupa especialistas
As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) provenientes da queima de combustíveis fósseis atingiram um novo recorde em 2023, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (12/11) pela Global Carbon Project. O estudo, publicado na revista científica “Earth System Science Data”, indica que as emissões totais em 2023 devem alcançar 36,8 bilhões de toneladas, um aumento de 1,1% em relação ao ano anterior.
O aumento das emissões de CO2 se deve principalmente ao crescimento da economia global e ao aumento da demanda por energia, especialmente na China e na Índia. A China, maior emissor mundial de CO2, registrou um crescimento de 4,1% em suas emissões, enquanto a Índia, o segundo maior emissor, teve um aumento de 8,2%.
Os pesquisadores alertam que a tendência crescente das emissões de CO2 coloca em risco os objetivos do Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais.
“O aumento das emissões de CO2 é uma má notícia para o clima”, afirmou Corinne Le Quéré, principal autora do estudo. “Precisamos de ações urgentes para reduzir as emissões e evitar os piores impactos das mudanças climáticas”.
O estudo aponta que a crise energética global, provocada pela guerra na Ucrânia, levou a um aumento do uso de carvão, que é o combustível fóssil mais poluente. As emissões de CO2 provenientes do carvão cresceram 1,5% em 2023, enquanto as emissões de petróleo e gás natural diminuíram 0,5% e 0,1%, respectivamente.
Apesar do crescimento das emissões de CO2 em 2023, os autores do estudo afirmam que a taxa de crescimento está diminuindo desde 2010. Em 2022, as emissões globais de CO2 haviam aumentado 0,9% em relação ao ano anterior.
O estudo destaca que as energias renováveis, como solar e eólica, continuam crescendo, mas não o suficiente para compensar o aumento do uso de combustíveis fósseis. Os pesquisadores defendem a necessidade de investimentos maciços em energias limpas para alcançar a neutralidade de carbono até meados do século.
“Precisamos acelerar a transição para fontes de energia limpas e reduzir o uso de combustíveis fósseis”, conclui Le Quéré. “O tempo está se esgotando para evitar os impactos mais graves das mudanças climáticas”.