Em meio a tarifaço, comércio com EUA bate recorde no 1º trimestre; Brasil importou mais do que exportou

Brasília, 14 de abril de 2025 – O comércio entre Brasil e Estados Unidos atingiu um volume recorde no primeiro trimestre de 2025, somando US$ 60,9 bilhões. Apesar desse número expressivo, o saldo comercial foi negativo para o Brasil, que importou mais do que exportou, revelando uma tendência preocupante em meio à intensificação da “tarifaço”, como vem sendo chamada a política protecionista americana.
De acordo com dados divulgados, as importações brasileiras oriundas dos EUA alcançaram US$ 33,2 bilhões, enquanto as exportações brasileiras para o país norte-americano somaram US$ 27,7 bilhões. Isso gerou um déficit comercial de US$ 5,5 bilhões para o Brasil no período. Comparando com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 16% no volume total do comércio bilateral. Contudo, o crescimento das importações (21%) superou o crescimento das exportações (11%), agravando o desequilíbrio da balança comercial brasileira em relação aos EUA.
A notícia do recorde comercial, embora positiva em termos de volume, é ofuscada pelo déficit e reflete o impacto da política tarifária americana, que vem afetando diversos setores da economia brasileira. A “tarifaço”, como é conhecida popularmente, impõe taxas adicionais sobre produtos brasileiros, encarecendo-os no mercado americano e reduzindo a competitividade das exportações nacionais.
Embora o governo brasileiro não tenha se pronunciado oficialmente sobre os números específicos, a situação reforça a necessidade de diversificação de mercados e de estratégias para fortalecer a competitividade da indústria brasileira no cenário internacional. A dependência comercial com os EUA, mesmo com o recorde de volume, demonstra a vulnerabilidade do país frente a políticas protecionistas e a necessidade de ações para equilibrar a balança comercial. O próximo trimestre será crucial para avaliar se essa tendência negativa se manterá ou se haverá uma reversão do cenário, dependendo das medidas tomadas tanto pelo governo brasileiro quanto pela administração americana.