Em disputa sem oposição, Lukashenko é reeleito presidente de Belarus para o 7º mandato
Lukashenko garante reeleição na Bielorrússia com 80,1% dos votos, segundo apuração oficial
– O presidente Alexander Lukashenko foi declarado vencedor da eleição presidencial na Bielorrússia neste domingo, com 80,1% dos votos, de acordo com a comissão eleitoral central do país. A vitória, anunciada após a apuração de quase todas as urnas, consolida seu poder no país após 29 anos no cargo. A oposição, porém, denunciou a eleição como fraudulenta e sem transparência.
A comissão eleitoral anunciou a vitória de Lukashenko com uma margem significativa sobre seus quatro oponentes. Svetlana Tikhanovskaya, principal rival do presidente e figura central nos protestos de 2020, obteve 9,9% dos votos, enquanto os demais candidatos registraram percentuais ainda menores. A baixa participação eleitoral, estimada em pouco mais de 65%, também gerou questionamentos sobre a legitimidade do processo eleitoral.
A eleição, marcada por restrições à liberdade de imprensa e à participação política da oposição, foi amplamente criticada por observadores internacionais. Diversas organizações de direitos humanos denunciaram a repressão aos dissidentes políticos e à sociedade civil, alegando que o ambiente não permitiu uma competição eleitoral justa e transparente. A prisão de ativistas e jornalistas críticos ao regime nos meses que antecederam a votação reforça estas preocupações.
A vitória de Lukashenko, portanto, reafirma seu controle firme sobre o país, mesmo diante das crescentes pressões internacionais. Sua permanência no poder é vista como um desafio para a comunidade internacional, que busca promover a democracia e os direitos humanos na região. A reação da União Europeia e dos Estados Unidos à reeleição do presidente Bielorrusso ainda não foi divulgada oficialmente, mas espera-se uma forte manifestação de repúdio por parte de ambos os blocos.
A apuração oficial, apesar de anunciada como concluída, permanece envolta em controvérsias. A oposição e diversas organizações internacionais afirmam que os resultados não refletem a vontade popular e que a eleição foi manipulada para garantir a vitória de Lukashenko. A falta de observadores internacionais credenciados e a ausência de uma cobertura independente da apuração contribuem para o clima de desconfiança que envolve o pleito. A comunidade internacional, portanto, enfrenta o desafio de responder à mais recente demonstração de autoritarismo na Bielorrússia.