Dupla é condenada a mais de 60 anos por assassinato de indígena a tiros na frente da mulher no AC
Dupla condenada a mais de 60 anos de prisão por assassinato de indígena no Acre
Rio Branco, AC – 23/01/2025 – Um crime brutal chocou a comunidade indígena do Acre e culminou em uma condenação exemplar. Na última quarta-feira (22), a Justiça acreana sentenciou Francivaldo Pereira da Silva e Márcio de Souza Pereira a penas superiores a 60 anos de prisão pela morte de um indígena, assassinado a tiros na frente da própria mulher. O crime, cometido em 2019, na região do município de Tarauacá, gerou revolta e mobilizou a comunidade em busca de justiça.
A sentença, proferida pela 1ª Vara Criminal de Tarauacá, detalha a crueldade do assassinato. Francivaldo Pereira da Silva foi condenado a 62 anos e seis meses de reclusão em regime fechado. Já Márcio de Souza Pereira recebeu uma pena de 61 anos e seis meses, também em regime fechado. Ambos foram considerados culpados pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima e por ocultação de cadáver.
O julgamento, que durou três dias, contou com depoimentos de testemunhas e apresentação de provas contundentes que comprovaram a participação dos acusados no crime. A defesa dos réus tentou argumentar em favor da redução da pena, mas os argumentos não convenceram o juiz. A promotoria, representada pelo Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC), comemorou a sentença, destacando a importância da punição exemplar para crimes contra a população indígena. O MP-AC ressaltou o compromisso da instituição na luta pela defesa dos direitos das comunidades indígenas e na busca incessante por justiça em casos de violência.
A vítima foi executada com vários disparos de arma de fogo, na frente de sua esposa, que presenciou todo o ato de violência. Após o crime, os criminosos ainda se esforçaram para ocultar o corpo, demonstrando um grau de crueldade e frieza que chocou a todos os envolvidos no processo. Detalhes sobre as motivações para o crime não foram divulgados oficialmente, mas as investigações apontam para conflitos pela posse de terras.
A condenação, embora não traga a vítima de volta, representa um importante avanço na luta contra a violência contra indígenas no Acre. A pena imposta aos réus serve como um forte alerta para aqueles que cometem crimes similares, reforçando a necessidade de punições severas e a proteção dos direitos fundamentais das populações tradicionais. A sentença encerra um capítulo doloroso, mas também demonstra a capacidade do sistema judiciário de punir com rigor os autores de crimes tão hediondos.