Dólar opera em baixa, com perspectiva de que Trump deve impor menos tarifas que o esperado; Ibovespa sobe
São Paulo, 6 jan. 2025 – O dólar fechou em alta de 0,86%, cotado a R$ 5,3520, nesta segunda-feira (6), após a divulgação de dados econômicos positivos nos Estados Unidos que reforçaram as expectativas de manutenção da política de juros altos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu 1,17%, aos 115.229 pontos.
A alta do dólar foi impulsionada pela notícia de que a criação de empregos nos EUA em dezembro superou as expectativas do mercado, atingindo 223 mil vagas. Esse número sinaliza um mercado de trabalho americano robusto, o que pode levar o Fed a manter sua política monetária restritiva por mais tempo, prejudicando os mercados emergentes, incluindo o Brasil. Economistas e analistas de mercado vinham prevendo uma criação de vagas na casa de 150 mil. O relatório do emprego americano também mostrou que a taxa de desemprego permaneceu em 3,5%, em linha com as projeções.
A combinação de um dólar mais forte e a perspectiva de juros altos nos EUA contribuíram para a queda do Ibovespa. Investidores estrangeiros tendem a buscar ativos em países com maior rentabilidade em um cenário de alta nos juros americanos, reduzindo a entrada de capital no Brasil e pressionando para baixo os índices da bolsa brasileira. O impacto foi sentido principalmente em ações de empresas de setores mais sensíveis ao fluxo cambial.
Além dos dados americanos, o mercado acompanha de perto o cenário político brasileiro e as incertezas em relação à economia global, fatores que contribuem para a volatilidade das operações. A expectativa para os próximos dias é de continuidade da atenção aos indicadores econômicos internacionais e à definição de novas políticas econômicas internas.
Em resumo, a forte criação de empregos nos EUA desencadeou um movimento de fortalecimento do dólar e uma queda no Ibovespa, refletindo a expectativa do mercado por uma manutenção da política de juros altos nos Estados Unidos. A volatilidade do mercado deve persistir, influenciada por fatores internos e externos à economia brasileira.