Diretor-presidente do Ipaam é exonerado após operação da PF revelar prejuízo de R$ 1 bilhão em esquema de créditos de carbono
Manaus, 09 de dezembro de 2024 – O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Afonso Lobo, foi exonerado nesta segunda-feira (9) após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Carbono Neutro, que investiga um esquema de fraude em créditos de carbono que causou um prejuízo estimado em R$ 1 bilhão aos cofres públicos. A operação, que ocorreu em Manaus e outros municípios do Amazonas, cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva.
Segundo informações divulgadas pela PF, a investigação aponta para um esquema complexo que envolvia a emissão fraudulenta de créditos de carbono, utilizando-se de documentos falsos e informações inconsistentes. As investigações iniciaram em 2023, após denúncias de irregularidades na concessão de créditos de carbono. A operação revelou um grande rombo nos recursos públicos destinados à preservação ambiental, com o prejuízo estimado em aproximadamente R$ 1 bilhão. A PF investiga a participação de servidores públicos, empresários e outras pessoas envolvidas na fraude.
Além da exoneração de Afonso Lobo, a operação também resultou na apreensão de diversos documentos, computadores e outros materiais que serão analisados para subsidiar as investigações. O governo do Amazonas afirma estar colaborando integralmente com a PF e que tomará as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades e recuperar os recursos desviados. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) informou que o Ipaam vai instaurar um processo administrativo para apurar os fatos e responsabilidades internas.
A Operação Carbono Neutro representa um duro golpe contra os esforços de preservação ambiental na Amazônia. O esquema de fraude, de proporções gigantescas, destaca a necessidade de mecanismos mais eficazes de controle e fiscalização na área de créditos de carbono. As investigações da PF devem prosseguir nos próximos meses para identificar e responsabilizar todos os envolvidos no esquema criminoso. A expectativa é que, com o aprofundamento das investigações, novos detalhes sobre o esquema venham à tona e mais pessoas sejam responsabilizadas pelo desvio de recursos públicos.