Direito ao aborto vence no Arizona, mas fracassa na Flórida
Proposta para ampliar o direito ao aborto fracassa na Flórida
– Uma proposta que visava ampliar o acesso ao aborto na Flórida foi rejeitada nesta quinta-feira (23) pelo Comitê de Saúde da Câmara do estado. O projeto de lei, apresentado pela deputada democratas Anna Eskamani, previa a proteção legal para mulheres que procuram serviços de aborto até a 15ª semana de gestação, além de garantir o acesso a métodos contraceptivos e educação sexual.
A votação, que terminou em 11 a 6, com todos os republicanos votando contra a proposta, representa mais um revés para os direitos reprodutivos no estado. O debate sobre a legalização do aborto na Flórida se intensificou após a Suprema Corte dos EUA derrubar a decisão Roe v. Wade, em junho de 2022, que garantia o direito constitucional ao aborto no país.
O projeto de lei de Eskamani, que buscava reverter a lei de 15 semanas em vigor desde julho de 2022, enfrentou forte oposição dos republicanos. Os argumentos contrários à proposta se baseavam na defesa da “vida” desde a concepção, ignorando a autonomia das mulheres sobre seus próprios corpos.
O fracasso da proposta acende um alerta para os direitos reprodutivos na Flórida, onde as mulheres já enfrentam dificuldades para acessar serviços de aborto devido à legislação restritiva. A decisão da Suprema Corte, em conjunto com as políticas restritivas dos estados, tem levado muitas mulheres a recorrerem a métodos inseguros de aborto ou a viajarem para outros estados onde o procedimento é legal, o que pode gerar custos e riscos adicionais.
A luta pela legalização do aborto na Flórida continua, mas o cenário atual é desafiador. A rejeição da proposta de Eskamani demonstra a força da oposição conservadora no estado, que tem priorizado a restrição dos direitos reprodutivos em detrimento da saúde e autonomia das mulheres.