Diálogos da Vaza Jato podem mudar os rumos do julgamento de Ollanta Humala no Peru
Diálogos da Vaza Jato podem reabrir caso de corrupção contra Ollanta Humala no Peru
– Novas reviravoltas no caso de corrupção que envolve o ex-presidente peruano Ollanta Humala: diálogos da Vaza Jato, obtidos pelo site de notícias “O Antagonista”, podem reabrir as investigações contra o ex-mandatário. Os diálogos, que tratam da campanha presidencial de 2011, revelam supostas doações da Odebrecht ao partido de Humala, o Partido Nacionalista Peruano, no valor de US$ 3 milhões, e sugerem um possível esquema de financiamento ilícito.
Segundo a publicação, a procuradora geral do Peru, Patricia Benavides, solicitou o acesso aos materiais da Vaza Jato e aguarda a resposta do juiz federal Sergio Moro, que conduziu a operação no Brasil. A solicitação visa analisar a viabilidade de reabrir as investigações contra Humala, que já foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro em 2022.
A decisão da procuradoria se baseia no conteúdo dos diálogos, que sugerem uma possível participação direta de Humala e sua esposa, Nadine Heredia, no recebimento dos recursos da Odebrecht. De acordo com as conversas, a empresa teria financiado a campanha do ex-presidente em troca de favores políticos, incluindo contratos lucrativos na construção de obras públicas.
Os diálogos revelam que o ex-ministro da Economia do governo Humala, Luis Miguel Castilla, teria afirmado que o partido de Humala “estava com a corda no pescoço” e que o dinheiro da Odebrecht era “fundamental” para a campanha.
Em 2017, Humala e Heredia foram presos preventivamente, mas libertados meses depois. Em 2022, o ex-presidente foi absolvido da acusação de lavagem de dinheiro. A decisão, porém, foi contestada pela procuradoria, que considerou a sentença “um erro judicial”.
Se a procuradoria conseguir reabrir o caso com base nos novos elementos da Vaza Jato, Humala poderá enfrentar novamente o risco de ser julgado e condenado por corrupção. O caso tem o potencial de reabrir um dos maiores escândalos de corrupção da história do Peru e reavivar o debate sobre o combate à impunidade no país.
A equipe de defesa de Humala ainda não se pronunciou sobre as novas revelações, mas o ex-presidente já negou em outras ocasiões ter recebido recursos da Odebrecht para sua campanha.