Deputados franceses derrubam o primeiro-ministro menos de 100 dias após posse



Paris, 20 de setembro de 2023 – A França viveu um momento de alta tensão política nesta quarta-feira, 20 de setembro, com a derrubada da primeira-ministra Élisabeth Borne em uma moção de censura. Apesar da derrota, o governo escapou da queda, pois não atingiu o quórum necessário para aprovar a moção.

A votação, realizada na Assembleia Nacional, foi acirrada. A moção de censura, apresentada pela oposição de direita e extrema direita, obteve 278 votos a favor, uma quantidade significativa, mas insuficiente para alcançar os 287 votos necessários para derrubar o governo. A oposição, liderada pelos republicanos e pelo agrupamento de extrema-direita RN, de Marine Le Pen, contou com o apoio de deputados da esquerda, que, apesar de discordar em diversos pontos, se uniram para manifestar sua oposição às reformas do governo Macron.

A principal razão para a moção de censura foi a polêmica utilização do artigo 49.3 da Constituição francesa pelo governo. Este artigo permite que o executivo aprove leis sem uma votação completa no Parlamento, o que gerou forte indignação entre a oposição e parte da população. O uso do artigo 49.3 para aprovar a polêmica reforma das pensões, que elevou a idade mínima para se aposentar de 62 para 64 anos, foi o estopim para a ação da oposição.

A primeira-ministra Élisabeth Borne, embora tenha sobrevivido à moção de censura, sofreu um duro golpe político. A votação demonstra uma significativa falta de apoio ao governo na Assembleia Nacional, sinalizando um ambiente político instável para os próximos meses. O futuro do governo Macron e as consequências políticas dessa demonstração de força da oposição permanecem incertas. A situação exige acompanhamento atento, com a expectativa de novas movimentações políticas nos próximos dias. O governo, apesar da vitória técnica, enfrentará desafios consideráveis para aprovar outras reformas e manter a estabilidade do país.

A votação desta quarta-feira marca um momento crucial na política francesa, mostrando a fragilidade do governo Macron e o potencial de mobilização da oposição. A alta adesão à moção de censura indica um profundo descontentamento com as políticas governamentais e um clima político tenso e imprevisível no país.

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