Deputados da França querem taxar as importações de carne bovina do Mercosul



França mira taxar importações de carne bovina do Mercosul em busca de proteção ao setor local

– Um grupo de deputados franceses, liderados pelo membro do partido de centro-direita “Les Républicains”, , propõe a taxação de importações de carne bovina do Mercosul. A medida, que visa proteger o setor pecuário francês, foi anunciada em um relatório publicado nesta sexta-feira (10) e argumenta que a produção de carne bovina no Mercosul se baseia em práticas que não atendem aos padrões europeus, como o uso excessivo de agrotóxicos e desmatamento.

O relatório, intitulado “Uma estratégia para a carne bovina: proteção, competitividade, sustentabilidade”, aponta que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, assinado em 2019, abre caminho para um aumento significativo das importações de carne bovina do bloco sul-americano para o mercado europeu. Os deputados argumentam que esse aumento coloca em risco a produção local, que já enfrenta desafios como a queda dos preços e a crescente competição internacional.

A proposta dos deputados franceses prevê a aplicação de uma tarifa de 20% sobre as importações de carne bovina do Mercosul. Além disso, o relatório sugere a criação de um fundo de apoio aos produtores franceses, destinado a compensar as perdas causadas pela entrada de carne bovina estrangeira no mercado.

“O acordo com o Mercosul é uma ameaça ao nosso setor pecuário e, portanto, devemos agir para proteger os nossos produtores”, afirma o deputado Reitzer. “A nossa proposta visa garantir a competitividade e a sustentabilidade da produção de carne bovina na França, levando em consideração os padrões de produção europeus.”

O governo francês ainda não se manifestou sobre a proposta, mas a iniciativa dos deputados destaca a crescente preocupação com o impacto do acordo com o Mercosul sobre a agricultura europeia. A entrada em vigor do acordo comercial, que depende da ratificação pelos parlamentos dos países membros da UE, tem sido adiada devido a resistências de setores como o agrícola e o industrial, que temem a perda de competitividade frente à entrada de produtos sul-americanos no mercado europeu.

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