Depois de anunciar que vai parar de comprar carnes do Mercosul, Carrefour diz que medida vale apenas para a França
Carrefour recua e limita boicote a carnes do Mercosul apenas à França
– Após gerar polêmica com o anúncio de que deixaria de comprar carnes do Mercosul, o Carrefour voltou atrás e esclareceu que a medida valerá apenas para a França. A informação, divulgada nesta quinta-feira, minimiza o impacto da decisão inicial, que havia causado preocupação entre produtores e governos da América do Sul.
A gigante francesa de varejo havia anunciado na terça-feira (19) a suspensão das compras de carnes provenientes do bloco sul-americano. A justificativa inicial apontava para preocupações com o desmatamento na região e o impacto ambiental da produção agropecuária. A notícia repercutiu negativamente, gerando temores de uma crise comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
No entanto, em nota divulgada hoje, o Carrefour esclarece que a decisão de interromper as compras de carnes se limita ao mercado francês. A empresa afirma que a medida faz parte de uma estratégia mais ampla de sustentabilidade, focada em fortalecer seus compromissos ambientais na França. A nota não especifica os volumes de carne do Mercosul atualmente importados pela empresa na França, nem detalha o impacto da decisão no mercado francês de carnes.
A mudança de posicionamento, embora restrinja o impacto geográfico do boicote, ainda levanta questões sobre a responsabilidade social corporativa de grandes empresas e a complexidade de conciliar compromissos ambientais com as relações comerciais internacionais. A imprecisão inicial do anúncio também acende o debate sobre a necessidade de maior transparência e clareza nas comunicações públicas, particularmente quando envolvem temas com grande repercussão econômica e geopolítica.
A reação do Mercosul à decisão do Carrefour, mesmo limitada à França, ainda não foi divulgada oficialmente. Entretanto, a situação evidencia a fragilidade do comércio internacional diante de preocupações crescentes com a sustentabilidade e o impacto ambiental das cadeias produtivas. Resta acompanhar os próximos desdobramentos desta polêmica e os impactos, ainda que menores, no mercado francês e nas relações comerciais entre o bloco sul-americano e a União Europeia.