Dengue: protocolo de testagem nos bancos de sangue para verificar se doações estão contaminadas deve ser mudado, alerta estudo



Protocolo de testagem para dengue em bancos de sangue deve ser revisado, alerta estudo

– Um estudo recente levanta preocupações sobre a eficácia do atual protocolo de testagem para o vírus da dengue em bancos de sangue do Brasil. A pesquisa, ainda não publicada em periódico científico, aponta que o método utilizado pode estar subestimando a contaminação das doações, colocando em risco a segurança transfusional. A pesquisa foi realizada por cientistas da Fiocruz e da Universidade de Brasília.

O estudo analisou amostras de sangue coletadas em diferentes regiões do país e comparou os resultados dos testes convencionais com uma nova técnica, mais sensível na detecção do vírus da dengue. Os resultados revelaram uma discrepância significativa: a nova técnica identificou uma taxa de positividade para dengue até 10 vezes maior do que a obtida com o método atualmente usado nos bancos de sangue. Em números absolutos, enquanto o método convencional detectou 0,02% de amostras positivas, a nova técnica apontou 0,2% das amostras com vírus da dengue. Essa diferença, embora pareça pequena percentualmente, representa um aumento substancial no número de doações potencialmente contaminadas.

A principal preocupação dos pesquisadores reside na capacidade do atual teste de detectar infecções em estágios iniciais, quando a carga viral pode ser baixa. O método tradicional, baseado na detecção de anticorpos, pode falhar em identificar essas infecções precoces, permitindo que sangue contaminado seja liberado para transfusão. Já a nova técnica, que detecta o RNA viral diretamente, demonstra maior sensibilidade, garantindo uma detecção mais precisa e precoce.

A equipe de cientistas defende a urgente revisão do protocolo de testagem, recomendando a adoção de métodos mais sensíveis, como a técnica utilizada em sua pesquisa. A adoção da nova tecnologia permitiria uma maior segurança transfusional, minimizando os riscos de transmissão do vírus da dengue através de transfusões sanguíneas. A Fiocruz e o Ministério da Saúde já foram notificados sobre os resultados da pesquisa e estão analisando a viabilidade da implementação das recomendações.

A conclusão do estudo reforça a necessidade de constante atualização dos protocolos de segurança em bancos de sangue para garantir a qualidade e a segurança das transfusões sanguíneas, protegendo a saúde dos pacientes. A implementação da nova técnica de detecção, mais precisa e sensível, representa um passo crucial para aprimorar a segurança transfusional e prevenir possíveis infecções por dengue.

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