‘Demônia’: Professora é vítima de intolerância religiosa por estudantes de escola na Bahia
Professora de religião afro-brasileira sofre intolerância religiosa em escola baiana
Uma professora de religião de matriz africana sofreu um ato de intolerância religiosa por parte de estudantes em uma escola de Itabuna, no sul da Bahia. O caso, que ocorreu no Colégio Estadual Juracy Magalhães, expõe a persistência do preconceito religioso no ambiente escolar brasileiro.
De acordo com relatos, a professora, cujo nome não foi divulgado pela CartaCapital para preservar sua segurança, leciona a disciplina de cultura afro-brasileira e teve suas aulas e materiais didáticos alvo de ataques. Estudantes, identificados apenas como pertencentes ao ensino médio, demonstraram resistência ao aprendizado sobre religiões de matriz africana, manifestando preconceito e intolerância. A professora relatou a direção da escola o ocorrido, sem que medidas imediatas e eficazes fossem tomadas para coibir os atos de intolerância.
A situação gerou grande preocupação entre pais e professores que defendem um ambiente escolar inclusivo e respeitoso à diversidade religiosa. O episódio demonstra a urgência de ações efetivas de combate à intolerância religiosa nas escolas, incluindo capacitação de professores e estudantes para lidar com temas sensíveis como as religiões de matriz africana e a promoção de um ambiente escolar mais acolhedor e livre de preconceitos. A falta de resposta imediata da direção da escola reforça a necessidade de políticas educacionais mais eficazes no combate à discriminação religiosa.
A CartaCapital procurou a direção do Colégio Estadual Juracy Magalhães para comentar sobre o caso e as medidas tomadas para proteger a professora e garantir um ambiente escolar livre de preconceito, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. A reportagem também tentou contato com a Secretaria da Educação do Estado da Bahia para comentar sobre o episódio e as políticas de combate à intolerância religiosa em suas escolas, porém, sem sucesso.
O ocorrido em Itabuna reflete um problema mais amplo no Brasil: a invisibilização e a perseguição às religiões de matriz africana. A falta de punição aos agressores e a demora na resposta institucional reforçam a urgência de ações efetivas e imediatas para garantir a segurança da professora e criar um ambiente escolar que promova o respeito à diversidade e combata a intolerância religiosa. A espera por providências e a falta de posicionamento oficial demonstram a necessidade de uma mudança cultural mais profunda para garantir a inclusão e a proteção de todos os indivíduos, independente de sua crença religiosa.