Defensor do acordo Mercosul-UE, ex-premiê português assume o Conselho Europeu



Bruxelas, 1º de julho de 2023 – O Conselho Europeu tem novo presidente: António Costa, ex-primeiro-ministro de Portugal e conhecido defensor do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, assumiu o cargo nesta sexta-feira. Sua chegada ao comando da instituição, que reúne os líderes dos 27 países membros da UE, acende debates sobre o futuro das negociações comerciais com o bloco sul-americano, paralisadas há anos.

Costa, que liderou o governo português por oito anos, sempre se mostrou um entusiasta da parceria com o Mercosul. Durante seu mandato como primeiro-ministro, ele defendeu insistentemente a conclusão do acordo, argumentando que o mesmo traria benefícios econômicos significativos para ambas as partes. A perspectiva de sua liderança no Conselho Europeu, portanto, reforça as expectativas de que a UE possa retomar o processo de ratificação do acordo, atualmente travado por divergências sobre questões ambientais e de direitos humanos.

Embora o apoio ao acordo seja amplo na UE, o processo de ratificação enfrenta obstáculos consideráveis. Diversos países europeus, principalmente na França e Alemanha, têm manifestado preocupações com o desmatamento na Amazônia e com o cumprimento dos padrões trabalhistas e ambientais pelos países do Mercosul. Costa terá o desafio de equilibrar as ambições de uma parceria comercial com a necessidade de garantir a sustentabilidade e os direitos humanos. Sua influência pessoal e sua trajetória política poderão ser fundamentais para superar esses impasses.

A posse de Costa à presidência do Conselho Europeu ocorre em um momento crucial para as relações entre a UE e o Mercosul. O acordo comercial, negociado por mais de duas décadas, representaria um grande avanço nas relações econômicas e políticas entre os dois blocos. A expectativa é que o novo presidente do Conselho Europeu utilize sua influência para impulsionar as negociações e buscar uma solução que satisfaça as preocupações de todos os lados envolvidos. O sucesso dessa empreitada dependerá de sua capacidade de conciliar os diferentes interesses e construir consensos entre os Estados-membros.

A próxima etapa crucial será a definição de uma estratégia para destravar as negociações. O tempo dirá se a experiência e a defesa histórica do acordo por António Costa serão suficientes para garantir a sua conclusão, abrindo um novo capítulo nas relações comerciais entre a Europa e a América do Sul.

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