Declaração final do G20 tem primeira versão, mas pode ser reaberta em temas polêmicos
Nova Déli, 17 de novembro de 2024 – A cúpula do G20, realizada em Nova Déli, enfrenta dificuldades para alcançar um consenso na redação da declaração final. A principal pedra no sapato das negociações são as divergências em torno de dois temas cruciais: a igualdade de gênero e as mudanças climáticas. Embora a maioria dos países demonstre compromisso com ambos os assuntos, a falta de unanimidade sobre a linguagem a ser empregada na declaração ameaça comprometer o resultado da reunião.
Segundo fontes presentes nas negociações, a resistência de alguns países membros em relação a compromissos mais robustos em igualdade de gênero está dificultando o avanço. A questão do empoderamento feminino e a inclusão de mulheres nos espaços de poder são pontos de tensão. Apesar da pressão de diversas nações para que a declaração inclua metas claras e quantificáveis sobre participação feminina na economia e na política, o impasse permanece. A busca por uma linguagem que seja suficientemente forte para refletir a urgência da situação, sem alienar setores mais resistentes, se mostra um desafio complexo.
Em relação às mudanças climáticas, a situação se repete. Enquanto há um amplo entendimento da necessidade de ações urgentes para combater o aquecimento global, a divergência reside na definição do tom e da força dos compromissos. A falta de consenso em relação à eliminação gradual dos combustíveis fósseis e à implementação de políticas mais ambiciosas de redução de emissões coloca em xeque a possibilidade de uma declaração final que reflita as expectativas da comunidade internacional. Países com economias altamente dependentes de combustíveis fósseis se mostram relutantes em adotar metas mais ousadas.
A presidente da Índia, Narendra Modi, tem se esforçado para mediar as divergências e conduzir as negociações a um final exitoso. A expectativa é que as conversas se prolonguem, com a busca de um texto que, ainda que não agrade a todos plenamente, consiga ao menos refletir o mínimo denominador comum entre os países participantes. O sucesso em alcançar um consenso demonstra a capacidade do G20 de enfrentar desafios globais de forma coordenada. O fracasso, por outro lado, sinaliza uma fragilidade na cooperação internacional em questões cruciais para o futuro do planeta.
A pressão aumenta para que os líderes mundiais superem seus desacordos e produzam um documento final que demonstre a seriedade do compromisso do G20 com a igualdade de gênero e com a luta contra as mudanças climáticas. O tempo urge e o mundo observa atentamente os desdobramentos desta importante cúpula.