Crise no prédio do Arquivo Público do RJ coloca em risco registros da ditadura sobre Rubens Paiva, diz ex-diretor exonerado esta semana



Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2025 – O Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro enfrenta uma grave crise que coloca em risco documentos históricos de extrema importância, incluindo registros sobre o período da ditadura militar e informações cruciais sobre o caso do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971. A denúncia foi feita por Carlos Roberto dos Santos, ex-diretor do Arquivo, exonerado na última semana.

Segundo Santos, a situação do acervo é preocupante. Ele afirma que a falta de recursos e de funcionários qualificados tem comprometido a preservação dos documentos, muitos deles frágeis e deteriorados pela ação do tempo e da umidade. A estrutura física do prédio também apresenta problemas sérios, contribuindo para o agravamento do quadro. A falta de manutenção adequada, segundo o ex-diretor, aumenta significativamente o risco de perda irreparável de informações.

Santos destaca a preocupação específica com os documentos relacionados ao deputado Rubens Paiva, cuja investigação sobre o seu desaparecimento depende, em parte, dos registros arquivados. A ausência de um plano de digitalização adequado, de acordo com o ex-diretor, torna ainda mais crítico o risco de danos irreversíveis a esses documentos. Ele não forneceu percentuais sobre a quantidades de documentos em risco.

A exoneração de Santos, ocorrida na última semana, acende ainda mais os alertas sobre a situação do Arquivo. Ele afirma que sua saída está ligada à sua insistência em alertar sobre os problemas existentes na instituição, buscando soluções para a preservação do acervo. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias e a exoneração do ex-diretor.

A situação do Arquivo Público do Rio de Janeiro exige uma resposta imediata das autoridades. A perda de documentos históricos de valor inestimável, particularmente aqueles relacionados a um período tão sensível da história brasileira como a ditadura militar, representaria um prejuízo irreparável para a memória nacional. A falta de transparência em torno da exoneração do ex-diretor e a ausência de esclarecimentos por parte do governo estadual alimentam ainda mais a preocupação com o futuro do acervo e a segurança dos documentos. A comunidade e os historiadores esperam por ações concretas para garantir a preservação desse patrimônio histórico.

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