Cotação do dólar atinge o maior valor da história do real, mesmo com intervenções do Banco Central
Brasília, 16 de dezembro de 2024 – O dólar comercial atingiu nesta segunda-feira o maior valor de sua história em relação ao real, fechando em R$ 5,70, mesmo com as intervenções do Banco Central para conter a alta da moeda americana. A cotação representa um aumento de 1,92% em relação ao fechamento da sexta-feira (13) e supera o recorde anterior, registrado em outubro de 2024, quando chegou a R$ 5,68. A moeda americana abriu o dia em alta e se manteve oscilando durante toda a sessão.
A escalada do dólar ocorre em meio a um cenário de incertezas na economia brasileira. Analistas apontam que a forte valorização da moeda norte-americana é reflexo da combinação de fatores como a continuidade da incerteza política, a pressão inflacionária e a expectativa de que a taxa básica de juros (Selic) permaneça elevada por um período mais longo.
O Banco Central, como mencionado, realizou intervenções no mercado cambial ao longo do dia, mas não conseguiu evitar a quebra do recorde histórico. A estratégia da autoridade monetária, apesar dos esforços, mostrou-se insuficiente para frear a força do dólar, revelando a magnitude das pressões externas e internas que afetam a taxa de câmbio.
A alta do dólar impacta diretamente o consumidor brasileiro, encarecendo produtos importados e influenciando a inflação. A maior parte dos produtos industrializados tem algum componente importado em sua produção, levando a um aumento generalizado de preços. O impacto também atinge as empresas, principalmente as que importam matérias-primas e equipamentos.
A perspectiva para os próximos dias é de cautela, com analistas monitorando de perto a evolução da situação política e econômica nacional, além das movimentações no mercado internacional. A continuidade das intervenções do Banco Central e a possível reação do governo ainda são pontos-chave que determinarão o futuro da cotação do dólar em relação ao real. O cenário atual deixa claro o desafio do governo em controlar a inflação e estabilizar a moeda nacional.