Copom acelera alta e leva Selic a 12,25% ao ano, a 2ª maior taxa real de juros no mundo



São Paulo, 2 de agosto de 2023 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual, levando-a a 12,25% ao ano. Esta decisão, anunciada nesta quarta-feira, consolida o Brasil entre os países com as maiores taxas reais de juros do mundo, ocupando a segunda posição, atrás apenas da Hungria. A alta, segundo o comunicado do Copom, visa controlar a inflação, que permanece acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A decisão do Copom representa uma mudança em relação à reunião anterior, em junho, quando a taxa foi mantida em 11,75%. A justificativa para a aceleração da alta da Selic, de acordo com o comunicado, reside na persistência da inflação acima do esperado. Embora haja sinais de arrefecimento em alguns setores, o Copom avalia que os riscos para a inflação permanecem elevados, citando como fatores a demanda interna ainda robusta e os impactos de choques de oferta globais.

A ata da reunião, que será divulgada em 16 de agosto, deverá detalhar os elementos que levaram o comitê a optar por uma alta mais agressiva. O comunicado destaca a necessidade de monitorar de perto a evolução da inflação e os seus determinantes para avaliar a conveniência de futuras alterações na taxa de juros. A autoridade monetária reforçou seu compromisso com a meta de inflação para 2023, de 3,25%, e para 2024, de 3%.

A elevação da Selic para 12,25% ao ano terá impactos diretos na economia brasileira. O custo do crédito para empresas e consumidores tende a subir, impactando investimentos e o consumo. Especialistas alertam para a necessidade de monitorar os efeitos dessa política monetária restritiva sobre o crescimento econômico. A expectativa é de que a taxa de juros permaneça em patamar elevado por um período considerável, até que a inflação apresente uma queda consistente e se aproxime das metas estabelecidas pelo CMN. O cenário econômico futuro dependerá, portanto, do sucesso dessa estratégia de controle inflacionário.

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