Copa de 2034 na Arábia Saudita põe vidas risco, dizem ONGs e torcedores
– A escolha da Arábia Saudita para sediar a Copa do Mundo de 2034 acendeu um alerta vermelho para ONGs e torcedores de futebol em todo o mundo. A decisão, anunciada pela FIFA, levanta sérias preocupações sobre os direitos humanos no país e a segurança dos visitantes durante o evento esportivo. Grupos de direitos humanos temem que a competição esportiva sirva como uma ferramenta de “sportswashing”, encobrindo o histórico de violações de direitos humanos no reino.
A concessão da Copa para a Arábia Saudita se deu após a candidatura conjunta com o Egito e Grécia ter sido rejeitada. A Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA) anunciou a decisão no dia 15 de fevereiro, numa reunião em Kigali, Ruanda. A escolha gerou imediata reação negativa. A Human Rights Watch e Amnesty International, entre outras ONGs, expressaram profunda preocupação com a situação dos direitos humanos na Arábia Saudita. Elas destacam a repressão à liberdade de expressão, o tratamento de ativistas e a discriminação generalizada contra mulheres e minorias.
O país, sob o regime de Mohammed bin Salman, vem realizando reformas sociais em áreas como o acesso das mulheres à direção e os eventos esportivos. Contudo, o avanço democrático, segundo especialistas, é insuficiente para garantir a segurança e os direitos humanos de visitantes e população local durante a Copa. As ONGs também expressam temor sobre a capacidade da infraestrutura saudita de suportar um evento da magnitude de uma Copa do Mundo, principalmente considerando as altas temperaturas no país.
A preocupação não se limita às ONGs. Torcedores de futebol expressam receio sobre a segurança e a possibilidade de restrições à liberdade individual durante o evento. A repressão à dissidência e a ausência de um sistema jurídico independente preocupam aqueles que planejam assistir à competição. Há questionamentos sobre o acesso livre à imprensa e a possibilidade de críticas ao governo saudita serem toleradas durante a Copa do Mundo.
A FIFA ainda não se pronunciou oficialmente sobre as preocupações levantadas pelas ONGs e torcedores. A decisão de conceder a Copa à Arábia Saudita, portanto, mantém aceso o debate sobre a relação entre eventos esportivos de grande porte, “sportswashing” e a responsabilidade da FIFA em promover os direitos humanos globalmente. A falta de transparência no processo de escolha da sede também contribui para o aumento da desconfiança em relação à FIFA. O futuro da Copa de 2034 na Arábia Saudita permanece incerto, rodeado de questionamentos éticos e preocupações com a segurança e os direitos humanos.