Conselho presidido por Alckmin aprova ‘moção crítica’ à elevação dos juros pelo Banco Central



Brasília, 22 de agosto de 2023 – O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), presidido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, aprovou nesta terça-feira (22) uma moção que critica a política de elevações sucessivas da taxa básica de juros Selic pelo Banco Central. O documento expressa preocupação com os impactos negativos dessa política no crescimento econômico e no emprego, defendendo uma revisão da estratégia monetária da autoridade financeira.

A moção, aprovada por unanimidade pelos conselheiros, argumenta que a persistente elevação da Selic, atualmente em 13,75% ao ano, impacta negativamente o investimento privado e o consumo, comprometendo a retomada do crescimento econômico. O documento destaca que a inflação, embora ainda acima da meta, já apresenta sinais de arrefecimento, o que, segundo os conselheiros, justificaria uma flexibilização da política monetária. O texto afirma ainda que os efeitos da alta dos juros sobre a população e o desenvolvimento econômico são desproporcionais e exigem uma avaliação mais abrangente por parte do Banco Central.

A iniciativa do CDESS reforça o debate em torno da política econômica do governo Lula, que tem manifestado discordância com a condução da política monetária pelo Banco Central. A moção aprovada pelo conselho, composto por representantes do governo, da sociedade civil e do setor privado, demonstra a crescente pressão sobre a instituição para uma revisão de sua estratégia, em busca de um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico.

O documento não propõe medidas concretas, mas serve como um posicionamento oficial do conselho, reforçando a necessidade de um diálogo mais amplo e transparente entre o Banco Central e os demais atores da economia sobre os impactos da política de juros. A aprovação unânime demonstra a convergência de opiniões entre os diferentes setores representados no CDESS em relação à necessidade de uma reconsideração da política de juros em vigor. A expectativa é que a moção exerça influência nas futuras decisões do Copom (Comitê de Política Monetária), responsável por definir a taxa Selic.

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