Conheça a Jinjiang, empreiteira da BYD, acusada no Brasil por trabalho análogo à escravidão



Empreiteira da BYD no Brasil é acusada de trabalho análogo à escravidão

– A Jinjiang, empreiteira chinesa responsável por obras da montadora de veículos elétricos BYD no Brasil, foi acusada de trabalho análogo à escravidão. A denúncia, que abalou o setor automotivo, foi divulgada nesta segunda-feira e expõe graves violações trabalhistas em obras da fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia. A situação levanta preocupações sobre as práticas de responsabilidade social de grandes empresas e a fiscalização do trabalho no país.

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego na Bahia (SRTE/BA) resgatou 25 trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão no dia 29 de dezembro de 2024. Esses trabalhadores, em sua maioria migrantes de outros estados brasileiros, foram encontrados em condições precárias, com jornadas extenuantes e salários comprometidos. Segundo informações da SRTE/BA, os empregados estavam alojados em condições insalubres, sem contratos de trabalho formais e com salários muito abaixo do mínimo. A infraestrutura precária do local de trabalho também foi apontada como um agravante.

Além das péssimas condições de trabalho e de moradia, a denúncia indica que os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas, com até 14 horas diárias e sem os devidos intervalos para descanso. O pagamento, quando efetuado, estava significativamente aquém do piso salarial da categoria, caracterizando um cenário de exploração laboral. A investigação da SRTE/BA aponta que os empregados eram constantemente pressionados pelos encarregados, dificultando qualquer forma de denúncia ou resistência.

A Jinjiang, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre as acusações. A BYD, embora não diretamente envolvida nas práticas ilegais relatadas, pode ser impactada negativamente pela associação com a empreiteira. A imagem da empresa, que se posiciona como uma montadora inovadora e preocupada com questões sociais e ambientais, pode ser afetada pelas revelações.

A denúncia evidencia a persistência do trabalho escravo no Brasil, mesmo em setores modernos e de alta tecnologia. O caso da Jinjiang e da BYD acende um alerta para a necessidade de maior fiscalização e transparência nas cadeias de fornecimento, garantindo que os direitos trabalhistas sejam respeitados em todas as etapas da produção. As autoridades trabalhistas já iniciaram os procedimentos para a aplicação das sanções previstas em lei, incluindo multas e a responsabilização da empreiteira pelos danos causados aos trabalhadores. O caso segue em investigação, e futuras atualizações serão divulgadas conforme o desenrolar dos processos.

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