Confrontos entre guerrilhas deixam mais de 80 mortos e milhares de deslocados na Colômbia
Bogotá, 27 de julho de 2023 – A Colômbia enfrenta uma grave crise humanitária em meio a violentos confrontos entre diferentes grupos armados. Segundo informações divulgadas, mais de 80 pessoas morreram e milhares foram deslocadas de suas casas em decorrência dos combates entre o Exército de Libertação Nacional (ELN) e as dissidências das Farc, no departamento de Chocó, no oeste do país. A região, conhecida por sua rica biodiversidade e vulnerabilidade histórica a conflitos, vive agora sob o peso de uma nova onda de violência.
Os confrontos, que se intensificaram nas últimas semanas, forçaram a fuga de milhares de civis, que buscam refúgio em áreas urbanas ou em outras regiões mais seguras. A Defensoria do Povo da Colômbia relatou que, somente na região do Alto Baudó, foram registradas cerca de 3.500 pessoas deslocadas. Os números, no entanto, são considerados subnotificados, sendo provável que o total de deslocados seja significativamente maior, dada a dificuldade de acesso a algumas áreas remotas e a falta de infraestrutura para o registro preciso dos deslocados.
A violência não se limita apenas aos deslocamentos forçados. Relatos apontam para um cenário de medo e insegurança, com relatos de assassinatos, sequestros e pilhagens cometidas por ambos os grupos armados. A situação é agravada pela falta de presença efetiva das forças de segurança do Estado em algumas áreas, o que deixa a população civil à mercê dos confrontos. A Defensoria do Povo e diversas organizações de direitos humanos têm alertado para a gravidade da situação e exigido uma resposta mais contundente do governo colombiano para proteger a população civil.
Além dos impactos imediatos na população civil, os confrontos também ameaçam o processo de paz que o país busca consolidar. A violência entre o ELN e as dissidências das Farc minam os esforços de negociação e geram um clima de instabilidade que dificulta a construção de um futuro pacífico e estável.
A comunidade internacional acompanha com preocupação a escalada da violência na Colômbia. Organismos internacionais de direitos humanos, como a ONU, já se pronunciaram sobre a necessidade de uma solução pacífica e duradoura para o conflito, além de um reforço imediato na proteção dos civis afetados pela guerra. A urgência da situação exige uma ação conjunta do governo, das forças de segurança e da comunidade internacional para mitigar os efeitos devastadores dos confrontos e garantir a segurança e o bem-estar da população civil na região do Chocó.