Como militar da Marinha entrou na mira da Justiça por cobrar propina
Capitão da Marinha é investigado por cobrança de propina em contratos de reforma de navios
– Um capitão de fragata da Marinha do Brasil, identificado como Carlos Eduardo de Souza Pereira, tornou-se alvo de investigação da Justiça Federal por suposta cobrança de propina em contratos de reforma de navios. A denúncia, apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), aponta para o recebimento de 10% sobre o valor total dos contratos, que giravam em torno de R$ 10 milhões, referentes a serviços de reparo e modernização em embarcações da Marinha.
De acordo com a investigação, Pereira, na época chefe do Serviço de Abastecimento de Material da Divisão de Engenharia Naval (Seab/Den), teria exigido a propina para liberar os pagamentos a empresas contratadas. O esquema, segundo o MPF, envolvia o direcionamento de contratos para empresas específicas e a exigência de suborno como condição para a liberação dos recursos. A denúncia descreve um modus operandi que se estendeu por diversos contratos, consolidando uma prática sistemática de corrupção.
As investigações se iniciaram a partir de depoimentos de testemunhas e documentos apreendidos em operações anteriores. O MPF afirma possuir provas contundentes que ligam o capitão de fragata ao esquema de corrupção, incluindo gravações telefônicas e documentos financeiros que comprovam o recebimento dos valores ilícitos. O valor total da propina, segundo a denúncia, ultrapassa R$ 1 milhão.
O capitão Pereira nega as acusações e alega inocência. Sua defesa afirma que as provas apresentadas pelo MPF são insuficientes e que o capitão agiu dentro da legalidade durante o exercício de suas funções. O processo encontra-se em fase inicial, aguardando a decisão judicial sobre o recebimento da denúncia. A Justiça Federal ainda deverá analisar as provas apresentadas e decidir se o caso prosseguirá para a fase de instrução, com a produção de novas provas e oitiva de testemunhas.
A investigação destaca a fragilidade nos mecanismos de controle e transparência em alguns setores da administração pública, permitindo que esquemas de corrupção se desenvolvam e causem prejuízos aos cofres públicos. O caso reforça a necessidade de aprimoramento nos processos de licitação e fiscalização de contratos, garantindo maior transparência e combate à corrupção em órgãos públicos. A expectativa agora se concentra na decisão judicial que irá definir o rumo da investigação e determinar o futuro do capitão de fragata Carlos Eduardo de Souza Pereira.