Como kid preto indiciado por trama golpista tenta ‘deixar’ o STF e ir à Justiça Militar



Brasília, 21 de agosto de 2023 – O influenciador digital Roberto Jefferson, conhecido como Kid Bengala, teve seu pedido para transferir o processo que o investiga por participação em atos golpistas do Supremo Tribunal Federal (STF) para a Justiça Militar negado pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão, proferida nesta segunda-feira, mantém o processo no âmbito da Corte Suprema, onde Jefferson responde por integrar uma suposta trama golpista.

O pedido de Jefferson se baseia no argumento de que, como ex-deputado federal, ele estaria sujeito à jurisdição da Justiça Militar. Moraes, no entanto, refutou esse argumento, mantendo a competência do STF para julgar o caso. A decisão considera que os crimes imputados a Jefferson, relacionados a atos antidemocráticos, não estão ligados ao exercício de suas funções parlamentares anteriores.

A investigação contra Jefferson, que já se encontra preso preventivamente desde outubro de 2022, avança no STF com a acusação de participação em uma suposta organização criminosa voltada para a execução de atos antidemocráticos e ataques às instituições democráticas. Ele é apontado como um dos articuladores dos eventos que culminaram nos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília. A decisão de Moraes enfatiza a gravidade dos crimes imputados, reiterando a pertinência da competência do STF para o julgamento.

O ministro ressaltou a necessidade de se apurar integralmente as responsabilidades dos envolvidos nos atos que ameaçaram a ordem democrática. A negativa em transferir o caso para a Justiça Militar reforça o compromisso do STF em investigar e julgar aqueles que participaram dos eventos de 8 de janeiro, independentemente de seu passado político. A defesa de Jefferson ainda pode recorrer da decisão de Moraes.

A decisão de manter o processo no STF representa um revés para a estratégia de defesa de Kid Bengala e demonstra a determinação da Suprema Corte em manter a jurisdição sobre os crimes relacionados aos atos golpistas de janeiro. O desenrolar deste caso permanece um ponto crucial na investigação sobre os acontecimentos que abalaram as instituições brasileiras no início do ano.

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