Como as deportações em massa de Trump podem acontecer silenciosamente
São Paulo, 27 de fevereiro de 2023 – Enquanto o debate sobre imigração nos Estados Unidos permanece acirrado, um relatório da organização não governamental Human Rights First levanta preocupações sobre as estratégias da administração Trump para acelerar as deportações de imigrantes, muitas vezes de forma silenciosa e sem o devido processo legal. O documento, publicado em 2018, detalha como mudanças políticas e práticas implementadas durante a presidência de Donald Trump resultaram em um aumento significativo nas remoções, obscurecendo o número real de pessoas afetadas e o impacto humanitário dessas ações.
O relatório da Human Rights First destaca uma série de táticas empregadas para acelerar as deportações. Uma delas é a expansão do uso da “remoção acelerada”, um processo que permite a deportação de indivíduos sem audiência perante um juiz de imigração. Isso afeta principalmente imigrantes que são detidos na fronteira e não conseguem demonstrar que chegaram nos EUA há menos de dois anos. As informações disponíveis sugerem que esse tipo de processo foi significativamente expandido sob a administração Trump, embora o relatório não apresente números percentuais específicos sobre o aumento. A priorização da remoção de imigrantes com antecedentes criminais, mesmo que sejam crimes menores, também é apontada como uma estratégia para aumentar o número de deportações.
Outro ponto alarmante é o aumento da detenção de imigrantes, que muitas vezes são mantidos em condições precárias e sem acesso adequado a advogados e assistência legal. A falta de transparência em relação aos números e ao paradeiro dos deportados dificulta a monitoração e a responsabilização das autoridades. O relatório não quantifica precisamente o aumento da taxa de detenção, mas a sua ampliação é mencionada como um fator chave na agilização do processo de deportação.
A Human Rights First argumenta que essas políticas e práticas violam os direitos humanos dos imigrantes e minam o devido processo legal. A organização alerta para as consequências humanitárias da aceleração das deportações, incluindo a separação familiar e a deportação de pessoas vulneráveis, como vítimas de tráfico de pessoas e aqueles com necessidades de saúde mental. Embora o relatório não especifique um número exato de pessoas afetadas por essas políticas, a sua mensagem principal é clara: as ações da administração Trump contribuíram para um aumento significativo e, muitas vezes, invisível, das deportações, colocando em risco os direitos humanos de uma população imigrante já vulnerável.
Em conclusão, o relatório da Human Rights First serve como um alerta sobre as consequências das políticas de imigração da administração Trump, revelando como as mudanças sutis, mas eficazes, podem levar a deportações em massa e silenciosas, minimizando o escrutínio público e prejudicando os direitos humanos de milhares de pessoas. A falta de dados precisos e transparentes torna ainda mais urgente a necessidade de investigações independentes e mecanismos eficazes de monitoração para garantir a proteção dos direitos dos imigrantes nos Estados Unidos.