Como ‘Ainda Estou Aqui’ inspira jovens a compartilhar no TikTok histórias de pais e avós torturados na ditadura



Como Ainda Estou Aqui: Documentário inspira onda de relatos sobre a ditadura no TikTok

– O documentário “Como Ainda Estou Aqui”, exibido recentemente no Festival do Rio, está gerando um movimento significativo nas redes sociais. A produção, que resgata histórias de pais e avós torturados durante a ditadura militar brasileira (1964-1985), motivou jovens a compartilharem seus próprios testemunhos e memórias familiares nas plataformas digitais, especialmente no TikTok. A iniciativa, espontânea e comovente, evidencia o poder da arte na preservação da memória histórica e na conscientização das novas gerações sobre um período sombrio da história do país.

O filme, dirigido por Joana Cunha e João Paulo Miranda, utiliza imagens de arquivo, depoimentos e materiais pessoais para construir um relato impactante das violações de direitos humanos cometidas durante o regime militar. A produção teve como foco apresentar ao público relatos diretos de indivíduos que sofreram as consequências da repressão, transmitindo a dor e as marcas deixadas por esse período. A repercussão entre os jovens, no entanto, surpreendeu os cineastas.

A hashtag ComoAindaEstouAqui tem sido usada pelos usuários para divulgar as histórias familiares, criando uma espécie de arquivo digital colaborativo de memórias. Os vídeos compartilhados variam em formato e conteúdo, mas todos têm em comum o objetivo de compartilhar a herança familiar e o desejo de manter vivas as lembranças daqueles que lutaram contra a ditadura. Muitas postagens exibem fotos antigas, cartas e documentos que relatam as vivências de seus parentes, complementando a narrativa do documentário com detalhes pessoais e emocionantes.

A iniciativa demonstra uma nova forma de resgate histórico, utilizando as plataformas digitais para dar voz às vítimas e familiares, ultrapassando as barreiras de tempo e espaço e conectando gerações. A mobilização espontânea no TikTok ilustra a capacidade das novas tecnologias em facilitar o acesso à informação e a construção de narrativas coletivas, tornando a memória um elemento ativo e participativo na construção da identidade nacional. A força dessas histórias compartilhadas reafirma a importância de se manter acesa a chama da memória, a fim de evitar que os erros do passado se repitam.

A repercussão do documentário e a mobilização em torno da hashtag ComoAindaEstouAqui mostram o potencial transformador do cinema e das redes sociais na luta pela memória e justiça. Através de uma combinação de arte, tecnologia e engajamento coletivo, jovens estão se apropriando de um passado doloroso, transformando-o em uma ferramenta de conscientização e em uma poderosa forma de homenagem às vítimas da ditadura militar brasileira.

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