Comissão de Ética pune Queiroga por gesto obsceno a manifestantes contra Bolsonaro nos EUA
Ministro Queiroga é punido por gesto obsceno a manifestantes anti-Bolsonaro nos EUA
– O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde durante o governo Bolsonaro, escapou de punição, mas o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, foi advertido pela Comissão de Ética do Ministério da Saúde por ter feito um gesto obsceno a manifestantes contrários ao ex-presidente Jair Bolsonaro em Nova York, durante viagem oficial em maio deste ano. A decisão, tomada em reunião secreta na última terça-feira (19), foi divulgada nesta quinta-feira (21) e considera o ato do ministro uma infração ética.
A comissão analisou imagens e vídeos que circularam nas redes sociais, mostrando Queiroga fazendo o gesto obsceno em resposta aos protestos. Os manifestantes, segundo o registro audiovisual, criticavam a gestão de Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19, período em que Queiroga também ocupou o cargo de Ministro da Saúde. A decisão da comissão foi unânime, classificando a conduta do ministro como incompatível com o decoro e os princípios éticos exigidos do cargo público.
O relatório da comissão destaca a gravidade da ação de Queiroga, considerando o contexto em que o gesto ocorreu – uma viagem oficial representando o Brasil – e a repercussão negativa que a atitude gerou, manchando a imagem do Ministério da Saúde. A advertência, apesar de não resultar em punições mais severas, serve como um registro formal da infração cometida.
Embora o processo tenha sido iniciado em junho, após a repercussão do incidente, a demora na decisão gerou especulações. A comissão se defendeu alegando a necessidade de análise cuidadosa das provas apresentadas e a complexidade do caso. O relatório não detalha as discussões internas que levaram à decisão, mas reforça a expectativa de que episódios como este não se repitam.
O general Pazuello, que também esteve presente na viagem aos EUA e que segundo relatos também teria participado do mesmo episódio com os manifestantes, foi considerado pela comissão como não tendo cometido infração ética. A diferença de tratamento entre os dois ex-ministros não foi explicada no documento divulgado.
A decisão da Comissão de Ética encerra o processo, mas o episódio continua a gerar debates sobre o comportamento de autoridades públicas em viagens internacionais e a responsabilidade de manter a imagem e o decoro do serviço público. A advertência a Queiroga serve como um precedente para futuras situações similares.