Cid Gomes alega hegemonia do PT e rompe com governador do Ceará após 18 anos de aliança
Fortaleza, 28 de fevereiro de 2024 – O ex-governador e ex-ministro Cid Gomes anunciou nesta terça-feira o fim da aliança política com o governador Camilo Santana, que perdurava há 18 anos. A decisão, segundo Cid, é motivada pela suposta hegemonia do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado e pela falta de espaço para o PDT, partido que ele lidera. A ruptura marca um ponto de inflexão na política cearense, com impactos potenciais significativos para as eleições futuras.
Em entrevista à Carta Capital, Cid Gomes detalhou os motivos que o levaram a romper com Santana, seu antigo aliado. Ele afirma que o PT, apesar de ter tido menos votos que o PDT nas últimas eleições, exerce um controle excessivo sobre o governo estadual, limitando a participação e a influência do seu partido. “Não tem mais espaço para o PDT no Ceará”, declarou o ex-governador. A declaração ressalta o crescente desconforto de Cid Gomes com a suposta influência desproporcional do PT em decisões estratégicas do governo, mesmo com o PDT tendo contribuído significativamente para as vitórias eleitorais da coligação ao longo dos anos.
A aliança entre PDT e PT no Ceará, iniciada em 2006, foi crucial para o sucesso eleitoral de ambos os partidos. Ao longo desses 18 anos, a parceria resultou em governos estaduais e prefeituras em diversas cidades cearenses. Agora, a ruptura abala a estabilidade política do estado, gerando incertezas sobre a composição das alianças para as próximas eleições, tanto municipais quanto estaduais. Embora não tenha explicitado seus planos futuros, o posicionamento de Cid Gomes indica uma possível candidatura independente ou a formação de novas alianças políticas.
Apesar da longa parceria, as divergências entre Cid Gomes e Camilo Santana vinham se intensificando nos últimos tempos. A disputa por poder e influência dentro do governo, somada à percepção de que o PDT está sendo marginalizado, levou ao rompimento definitivo. A declaração de Cid Gomes é um duro golpe para o governador Camilo Santana, que perde um aliado importante e influente na política cearense.
A decisão de Cid Gomes acende um sinal amarelo para o cenário político do Ceará. As consequências da ruptura serão sentidas nos próximos meses, com possíveis rearranjos partidários e mudanças na configuração das forças políticas do estado. Resta aguardar os próximos capítulos desse capítulo significativo da política cearense.