Choque de juros: mercado prevê novo aumento nesta quarta; taxa Selic deve atingir maior nível em quase 20 anos ainda em 2025



Brasília, 27 de janeiro de 2025 – O mercado financeiro prevê um novo aumento na taxa básica de juros (Selic) nesta quarta-feira (29), elevando-a para 13,75% ao ano. Se a previsão se confirmar, será o maior nível da Selic em quase duas décadas. A expectativa é que a taxa continue subindo ao longo do ano, atingindo seu ápice em 14% ao ano ainda em 2025, de acordo com dados de instituições financeiras consultados pelo G1.

A projeção de alta na Selic reflete a preocupação do mercado com a inflação. Apesar da redução da inflação em dezembro de 2024 para 4,7%, abaixo da meta de 4,8%, a expectativa é que o indicador ainda permaneça acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2025, que é de 3%. Este cenário, somado a incertezas fiscais, leva os analistas a acreditarem na necessidade de uma política monetária mais restritiva para controlar os preços.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável pela definição da Selic, se reunirá nos dias 29 e 30 de janeiro. A decisão sobre a taxa de juros será divulgada ao final da reunião. Caso o aumento se confirme, será a sétima alta consecutiva da Selic desde agosto de 2024, demonstrando a persistência da estratégia de combate à inflação por parte do Banco Central. A última vez que a taxa de juros se aproximou deste nível foi em 2006, quando chegou a 14%.

A persistente pressão inflacionária, impulsionada por fatores como a demanda aquecida e a alta dos preços internacionais de commodities, tem sido um desafio para o governo e o Banco Central. A incerteza em relação à trajetória da inflação e as pressões sobre os gastos públicos contribuem para o cenário de expectativa de alta nos juros.

Em resumo, o mercado espera mais uma elevação da Selic nesta semana, indicando uma estratégia de combate à inflação que deve manter os juros em níveis elevados ao longo de 2025, mesmo com sinais recentes de arrefecimento na alta dos preços. A decisão do Copom será crucial para a definição das expectativas do mercado e para a trajetória da economia brasileira nos próximos meses.

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