Chefe do Canal do Panamá diz que atender a pedido de Trump ‘levaria ao caos’
– O administrador do Canal do Panamá, Ricaurte Vásquez Morales, alertou que atender às demandas do ex-presidente americano Donald Trump, que durante seu governo pressionou por uma redução nas taxas de travessia, levaria o canal ao caos. Em entrevista à Reuters, Vásquez Morales enfatizou que as taxas são fundamentais para a manutenção e operação do canal, e uma redução significativa afetaria diretamente a capacidade de financiar as melhorias e a modernização da infraestrutura.
A declaração surge em meio a crescentes preocupações sobre a sustentabilidade financeira do Canal do Panamá, uma importante via marítima global. Vásquez Morales explicou que as taxas atuais são calculadas com base em um complexo estudo de custos, levando em consideração os investimentos contínuos necessários para garantir a eficiência e a segurança da passagem. Uma redução unilateral, especialmente uma da magnitude sugerida por Trump, comprometeria gravemente a capacidade do canal de cobrir seus custos operacionais e de manutenção. Ele afirmou ainda que a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) não está disposta a arriscar o futuro da infraestrutura para atender pressões políticas externas.
O administrador detalhou que as taxas são cruciais para financiar um ambicioso plano de expansão e modernização, projetado para garantir a competitividade do canal no longo prazo. Este plano inclui a ampliação de infraestruturas portuárias e a melhoria dos sistemas tecnológicos. A redução das taxas impactaria diretamente esses planos, comprometendo a capacidade da ACP de investir em melhorias essenciais para o funcionamento adequado e eficiente do canal.
Vásquez Morales ressaltou a importância da independência da ACP, sublinhando que a instituição opera de forma autônoma e focada na manutenção de padrões de excelência e na garantia de uma operação eficiente e segura. Ele enfatizou que a prioridade da ACP é garantir a continuidade do serviço e a segurança da navegação, valores que são incompatíveis com uma redução arbitrária das taxas que coloque em risco a sustentabilidade financeira da instituição.
Em conclusão, a firme posição do administrador do Canal do Panamá demonstra a gravidade do pedido do ex-presidente Trump e os potenciais danos à vital infraestrutura. A decisão de manter as taxas atuais demonstra o compromisso da ACP com a sustentabilidade financeira e a continuidade da operação do Canal, um ativo crucial para a economia global.