Chacina de Unaí: Justiça concede prisão domiciliar para Antério Mânica
Justiça concede prisão domiciliar a Antério Mânica, condenado pela chacina de Unaí
– O juiz da Vara Única da Comarca de Unaí, em Minas Gerais, concedeu, nesta quinta-feira (29), a prisão domiciliar a Antério Mânica, condenado pela chacina de Unaí, ocorrida em 2004. A decisão, que repercute fortemente na região, atende a um pedido da defesa alegando problemas de saúde do réu, que tem 75 anos.
Mânica foi condenado em 2012 a 19 anos e seis meses de prisão pelo assassinato de três ambientalistas do Ministério do Trabalho e de um segurança no município de Unaí. O crime, que chocou o país, marcou a luta pela fiscalização do trabalho rural e se tornou símbolo da violência contra defensores dos direitos trabalhistas. A sentença, proferida pelo Tribunal do Júri, culminou na condenação de Mânica e outros envolvidos pelo crime.
A decisão da Justiça de conceder a prisão domiciliar a Antério Mânica, porém, foi baseada em laudos médicos que atestam a necessidade de cuidados especiais em razão do seu estado de saúde. A defesa argumentou que a internação em regime fechado agrava o quadro clínico do réu, comprometendo sua saúde de forma irreversível. O documento judicial não detalha o tipo de enfermidade que justifica a medida.
Apesar de atender ao pedido da defesa, a decisão judicial impõe uma série de restrições a Mânica enquanto cumpre sua pena em regime domiciliar. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica e está proibido de se aproximar das famílias das vítimas e dos locais relacionados ao crime. O cumprimento de todas as determinações judiciais será monitorado pelas autoridades competentes.
A concessão da prisão domiciliar para Antério Mânica gera polêmica e indignação entre familiares das vítimas e movimentos sociais que lutam pela justiça pela memória dos mortos na chacina. Eles argumentam que a decisão minimiza a gravidade do crime e a dor das famílias. A expectativa é de que haja manifestações públicas nos próximos dias em protesto contra a decisão judicial. A defesa de Mânica, por sua vez, celebrou a decisão como um avanço no direito à saúde do réu, reforçando a necessidade de tratamento adequado ao seu estado clínico. O caso continua a gerar debate intenso sobre a aplicação da justiça e a busca por reparação das vítimas da chacina de Unaí.