Cerca de 40% dos oceanos sofreram mudanças de cor nas últimas duas décadas, revela estudo



Quase metade dos oceanos mudou de cor nas últimas duas décadas, revela estudo

– Um estudo publicado recentemente na revista Nature revelou uma mudança alarmante na cor dos oceanos: cerca de 40% da superfície dos mares sofreram alterações de cor nas últimas duas décadas. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade do Sul da Califórnia, utilizou dados de satélite da NASA para analisar as mudanças sutis, mas significativas, nas cores do oceano entre 2002 e 2022. A alteração na coloração, mesmo que imperceptível a olho nu, indica mudanças importantes nos ecossistemas marinhos, com potenciais impactos significativos para a vida no planeta.

O estudo destaca que essas mudanças de cor não são uniformemente distribuídas. As regiões mais afetadas são os oceanos abertos, áreas de alta produtividade biológica, localizadas principalmente em latitudes médias. Estas mudanças de cor, segundo os pesquisadores, são resultado de alterações na composição e quantidade do fitoplâncton, organismos microscópicos vegetais que formam a base da cadeia alimentar oceânica. A variação na concentração de fitoplâncton, por sua vez, é influenciada por fatores como temperatura da água, nutrientes e salinidade, todos fatores impactados pela mudança climática.

Stephanie Dutkiewicz, coautora do estudo e cientista do MIT, explica que mesmo pequenas mudanças na cor dos oceanos podem indicar alterações significativas na vida marinha. A coloração da água é determinada por diferentes pigmentos de plantas microscópicas. Um oceano mais verde, por exemplo, indica um aumento no fitoplâncton, enquanto um oceano mais azul poderia sinalizar uma diminuição destes organismos, que são essenciais para o equilíbrio do ecossistema marinho.

A análise dos dados de satélite revelou que a tendência de mudança de cor nos oceanos está acelerada. Embora a pesquisa não tenha identificado a causa específica dessa alteração com total certeza, os cientistas relacionam as mudanças observadas com o aumento da temperatura da água e a consequente alteração na circulação das correntes oceânicas, elementos amplamente atribuídos às mudanças climáticas provocadas pela ação humana.

A descoberta reforça a gravidade do impacto humano no meio ambiente e a urgência em adotar medidas para mitigar as mudanças climáticas. A alteração na cor dos oceanos é um sinal alarmante da degradação dos ecossistemas marinhos, com consequências imprevisíveis para a biodiversidade e para os serviços ecossistêmicos que os oceanos fornecem à humanidade, como a pesca e a regulação do clima. Mais pesquisas são necessárias para compreender completamente as implicações dessas alterações e desenvolver estratégias eficazes para proteger a saúde dos nossos oceanos.

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