Cássia Eller, ‘Eles’ e a gana de faturar com o ‘pink money’ e com a saudade da artista, que festejaria hoje 62 anos
Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2024 – Cássia Eller completaria 62 anos hoje. A data, no entanto, é marcada não apenas por celebrações da memória da icônica cantora, mas também por questionamentos sobre a exploração comercial de seu legado, o “pink money”, como alguns chamam dos lucros gerados em cima da artista. A intensa busca pelo lucro em torno da imagem e da obra de Cássia, levantada pelo jornalista Mauro Ferreira em seu blog no G1, gera debates sobre a ética da mercantilização de uma artista tão querida e a delicada relação entre a preservação de sua memória e os interesses financeiros envolvidos.
O texto destaca a ausência de um planejamento estratégico consistente para a gestão dos direitos autorais de Cássia Eller após sua morte, em 2001. Essa falta de planejamento, segundo o blog, tem contribuído para um cenário de “farra” comercial, onde diversos produtos e eventos utilizam a imagem da artista sem um controle efetivo e com distribuição desigual de rendimentos. O resultado disso é a percepção de que a família e os herdeiros lucram de maneira desproporcional, em comparação com aqueles que contribuíram diretamente para a construção da carreira da cantora.
Ferreira menciona a dificuldade de se ter acesso aos detalhes sobre os contratos e acordos comerciais envolvendo a obra da artista, o que dificulta uma avaliação precisa da justa remuneração dos envolvidos. A falta de transparência nesse processo acende um alerta para a fragilidade na proteção do legado artístico no Brasil, especialmente no que diz respeito à exploração comercial pós-morte.
A ausência de um museu ou memorial dedicado à Cássia Eller, também apontada pela publicação, reforça a impressão de uma gestão pouco eficiente e de oportunidades perdidas para celebrar a vida e a obra da artista de forma estruturada e respeitosa. O artigo conclui que, enquanto o “pink money” flui, a complexa relação entre a memória da cantora, seus herdeiros e a exploração comercial de seu nome permanece como um retrato da delicada balança entre a preservação de um legado artístico e os interesses financeiros envolvidos. A celebração dos 62 anos de Cássia, portanto, torna-se um momento de reflexão sobre a forma como a indústria musical trata a memória de seus ícones, após o fim de suas carreiras.