Caso Lael: viúva e outros seis presos são transferidos para presídios em Sergipe
Transferência de presos da Casa de Custódia de Aracaju causa polêmica
– A transferência de 250 presos da Casa de Custódia de Aracaju para outras unidades prisionais de Sergipe gerou polêmica nesta quinta-feira. A ação, que representa aproximadamente 30% da população carcerária da unidade, foi justificada pela Secretaria de Estado da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Sedjids) como uma medida para melhorar as condições de segurança e reduzir a superlotação. No entanto, a falta de transparência sobre os critérios de seleção dos presos transferidos e o destino específico de cada um tem levantado preocupações entre familiares e advogados.
Segundo a Sedjids, a operação ocorreu de forma planejada e contou com o apoio da Polícia Militar. A pasta afirma que a transferência visa garantir a ordem e a segurança dentro da Casa de Custódia, além de contribuir para a diminuição da superlotação, um problema crônico do sistema prisional sergipano. A secretaria não divulgou, porém, o número exato de presos em cada unidade após as transferências, nem especificou quais unidades receberam os detentos. A ausência dessas informações alimenta as preocupações sobre o potencial impacto na segurança das unidades receptoras e sobre a possibilidade de aumento da superlotação em outros presídios.
A falta de comunicação oficial com os familiares dos presos também tem gerado insegurança e protestos. Muitos parentes se dirigiram à Casa de Custódia buscando informações sobre o paradeiro de seus entes queridos, encontrando dificuldades em obter respostas claras e precisas das autoridades. A ausência de um canal de comunicação eficiente entre a Sedjids e os familiares demonstra uma falha na gestão da operação e exacerba a tensão em um momento já delicado.
Advogados de presos também demonstraram preocupação com a falta de clareza sobre os critérios da seleção. A alegação de que a transferência visa melhorar as condições de segurança e reduzir a superlotação é vista com ceticismo por alguns profissionais, que pedem mais transparência e acesso às informações referentes aos locais de destino e às condições em que os presos se encontram. A possibilidade de violação de direitos dos detentos durante o processo de transferência também foi levantada.
A Sedjids se comprometeu a divulgar um balanço completo da operação nos próximos dias, mas a falta de informações imediatas e o tratamento opaco da situação geram desconfiança e impulsionam as críticas à gestão do sistema prisional de Sergipe. A situação requer uma resposta rápida e transparente da Secretaria para minimizar os impactos negativos e garantir o respeito aos direitos dos presos e de seus familiares.